A Nestlé inaugurou hoje (7) um centro de inovação e tecnologia no Parque Tecnológico São José dos Campos como parte de seu plano para avançar no desenvolvimento, teste e adoção de tecnologias emergentes.
O anúncio vem na esteira de um crescente foco da empresa em sua reinvenção tecnológica, que teve início em 2017. Desde então, foram criados processos de governança para o processo de modernização, no qual a companhia tem apostado recursos: no último ano, a Nestlé investiu R$ 763 milhões e cerca de 40% refere-se à transformação digital e indústria 4.0.
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Segundo executivos da empresa, o centro vai acelerar a pesquisa e desenvolvimento de inovações junto a atores do ecossistema como universidades, além de intensificar a interação com startups, através de desafios. A partir destes processos de inovação aberta, a companhia espera ampliar sua base de parceiros de tecnologia.
As inovações, que miram áreas como robótica colaborativa, inteligência artificial e biometria, serão concentradas inicialmente na fábrica de chocolates da companhia em Caçapava (SP), cidade próxima à São José dos Campos. A fábrica funciona como um campo de testes para a empresa, que replica o que deu certo por lá em suas outras unidades fabris no Brasil e nas Américas.
“Queremos trazer a era digital para as nossas fábricas, começamos isso em 2017 e evoluíamos muito, mas vimos que nos faltava um olhar externo: temos que ver o que acontece nas universidades, nas startups e nos conectar com os ambientes externos de inovação”, disse o vice-presidente da área técnica da Nestlé no Brasil, Luis Garcia, em evento virtual de inauguração do espaço com a imprensa.
Segundo Garcia, a Nestlé espera que de 70% a 75% de seus colaboradores nas fábricas terão seu trabalho modificado pela adoção de tecnologias sob o guarda-chuva de indústria 4.0, como automação e veículos autônomos. No médio prazo, a totalidade dos trabalhadores terá tido alterações na forma em que trabalham por conta de tecnologia.
“Todos terão que estar preparados para isso”, disse o executivo, ressaltando que a intenção é treinar funcionários para se adaptarem a estas mudanças, bem como aprender com os colaboradores sobre como a tecnologia pode ser adaptada para trazer melhores resultados para a operação no chão de fábrica.
A sofisticação das intenções de avanço tecnológico, que tiveram início com a criação da área de transformação digital chefiada por Carolina Sevciuc, também tocam outras partes da cadeia, segundo Garcia, desde o produtor rural até o consumidor. “Temos uma visão integrada [de inovação]”, ressalta Garcia.
A empresa não divulgou o valor investido no centro, que estava sendo desenvolvido há um ano. Além da Nexus, hub de inovação do Parque Tecnológico de São José dos Campos, que conecta a companhia com os atores do ecossistema de acordo com as necessidades da empresa, outro parceiro é a Aevo, plataforma de inovação em que é possível buscar e gerenciar startups, além de criar desafios para que a comunidade traga propostas de soluções.
Em paralelo ao lançamento, a Nestlé também abriu as inscrições para desafios para startups através da plataforma, em frentes como a criação de uma aplicação com inteligência artificial disponível para avaliação online nas linhas de produção de alimentos e bebida, soluções com foco em captura e monitoramento de comportamento de consumo e personalização em escala.
Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC e outros.
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