Uma série de publicações digitais cobra por seus conteúdos, em todo o mundo. Normalmente, esses valores giram ao redor de £ 30, o que não é considerado exatamente barato. Embora algumas pessoas considerem o valor bom para determinados títulos, outras acham que não consultam o veículo com tanta frequência para arcar com uma assinatura fixa.
Muitos desses sites estão deixando de lucrar se não oferecerem um mecanismo de usuário “ocasional” aos visitantes que não querem se inscrever num modelo de assinatura “tudo ou nada”. Mas, com identidades digitais e micropagamentos, as coisas podem mudar.
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“Fadiga da assinatura”
Embora seja possível argumentar que o mercado de serviços de notícias e informações está prosperando, o cansaço das assinaturas já existe há anos. O “New York Times”, por exemplo, relatou recentemente que tem mais de 7,5 milhões de leitores pagantes. E, no início deste mês, a Dow Jones anunciou que viu seu maior crescimento ano a ano no total de assinaturas de seus produtos de consumo, com o “The Wall Street Journal” crescendo quase um quinto para atingir um recorde de 4 milhões.
Mas isso não acontece com a maioria dos sites de notícias. De acordo com um relatório da Juniper Research, há um perigo real de que o grande volume de conteúdo baseado em assinatura possa levar à fadiga do assinante. O comportamento do consumidor também mostra que muitas pessoas só fazem uma nova assinatura abandonando uma outra, e é por isso mesmo que novos modelos serão tão necessários.
A recente polêmica sobre a taxa de licença da televisão BBC na Grã-Bretanha (um dos métodos mais antigos de assinatura de conteúdo) mostra que o modelo está quebrado. Os idosos agora estão se rebelando ativamente contra o pagamento da taxa anual de uma assinatura que é aplicada pelo governo. A reclamação deles é que o conteúdo produzido pela emissora não é tão atraente para eles. Então, por que não combater esse problema oferecendo uma opção de micropagamento pré-pago? Nesse modelo, eles pagariam apenas por aquilo que realmente consomem.
Entre na plataforma de identificação digital
Mas, e se houvesse outra maneira? Ao que tudo indica, parece que começa a ter. Uma identificação digital única e abrangente, alimentada por blockchain e vinculada aos dados biométricos de um indivíduo, como uma impressão digital, poderia se tornar parte de um modelo totalmente novo que economizaria tempo e dinheiro para consumidores e fornecedores. Isso pode ser possível com a implementação de micropagamentos. Em vez de um serviço de assinatura geral com custo fixo, independentemente da maneira como você usa, esse ID digital seria cobrado sempre que você acessasse um artigo ou assistisse a um filme. Essa identidade seria universal e vinculada a uma carteira principal financiada pelo usuário.
Se implementado corretamente, esse modelo pode encontrar o equilíbrio entre oferecer aos clientes acesso fácil e instantâneo ao conteúdo de sua preferência e, ao mesmo tempo, ajudar os provedores de mídia a monetizar todo o seu conteúdo. O preço pode ser ajustado para que todos, exceto os usuários mais ativos, paguem menos do que pagariam com uma taxa de assinatura fixa.
Não é difícil imaginar como amarrar esse modelo a uma identidade digital poderia trazer pagamentos para praticamente todos os tipos de plataforma sob o mesmo teto. Os usuários não teriam dez taxas de assinatura diferentes a cada mês – em vez disso, suas taxas refletiriam precisamente os serviços usados. Não haveria mais “paywalls” para bloquear parte dos conteúdos digitais. As microtransações ocorreriam quase perfeitamente em segundo plano à medida que essas plataformas fossem acessadas.
O sistema de transporte de Londres é um exemplo brilhante de uma aplicação real que usa este modelo. Um único cartão (ou dispositivo) pode ser usado para acessar virtualmente qualquer forma de transporte público na cidade. Com um limite de “pagamento conforme o uso” implementado, isso significa que, depois de atingido o limite, os usuários são recompensados com viagens “gratuitas” diárias ou semanais.
Agora imagine que você está consumindo conteúdo na internet e, em vez de ser impedido de acessar qualquer artigo ou receber a oferta de outra assinatura que nunca vai usar o suficiente, você consiga, automaticamente, fazer um micropagamento, com incentivos vinculados ao consumo – como um período ilimitado de acesso assim que atingir seu “limite” de pré-pagamento.
Além disso, a publicidade também poderia ser adaptada do atual sistema “gratuito para todos” e mais focada em beneficiar tanto os usuários quanto os editores por meio de anúncios direcionados ao conteúdo.
Isso permitiria aos usuários definir opções de preferência específicas com antecedência sobre quais informações são coletadas e ter mais controle sobre outros fatores. Ao contrário do modelo atual, em que os usuários são bombardeados com painéis de privacidade, clicados às pressas para permitir o acesso. Embora existam certos projetos, incluindo o navegador Brave, que compensa os usuários que optarem por publicidade ou coleta de dados, há um público lá fora que simplesmente não quer participar desse tipo de troca.
Eles preferem pagar pelo acesso ao conteúdo por meio de micropagamentos e ignorar completamente o aspecto de rastreamento de dados, podendo fazer isso por meio de qualquer número de dispositivos e navegadores. Existe até o potencial de compensar os participantes que optarem por publicidade ou coleta de dados.
Em última análise, os pagamentos convenientes e de plataforma cruzada parecem ser o caminho do futuro, agindo para complementar o modelo de assinatura de taxa fixa já predominante, mas permitindo que os editores pensem nos métodos de monetização da próxima geração assim que a fadiga do assinante começar a diminuir.
Além disso, ainda há um público considerável que não se encaixa nesse modelo, mas até que as empresas percebam que estão ignorando os clientes que estão dispostos a pagar por outra forma de acessar seu conteúdo, sempre será uma abordagem falha.
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