Audi, BMW, Fiat, Peugeot, Porsche e Volvo são algumas das montadoras que prometem novos modelos de carros elétricos para 2021, categoria que tem atraído um número cada vez maior de motoristas de todo o mundo graças ao baixo impacto ambiental. De acordo com a pesquisa “The Future of Mobility” (“O Futuro da Mobilidade”, em tradução livre), realizada pelo instituto de pesquisa Ipsos em novembro de 2019, 49% dos brasileiros alegaram que a menor emissão de gases poluentes era o principal atrativo do novo modal.
Apesar do interesse dos consumidores, a verdade é que a penetração dos VEs por aqui ainda é muito baixa. Os 45 mil carros elétricos em circulação no território brasileiro atualmente representam apenas 1% do total, segundo a ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos). No ano passado, os licenciamentos da categoria – mesmo considerando as versões híbridas – também não passaram de 1%.
Ainda assim, a entidade tem presenciado um crescimento. O ano passado foi o melhor até agora na série histórica de vendas de automóveis híbridos e elétricos da ABVE, que acompanha o setor desde 2012: foram 19 mil unidades, um crescimento de 66,5% em comparação a 2019.
PRÓS E CONTRAS
Além dos fatores ambientais, a população já vem reconhecendo alguns outros benefícios dos VEs. O chefe da divisão de motores e veículos do Instituto Mauá de Tecnologia, Renato Romio, diz que, por conta de seu tamanho, o motor movido à eletricidade possui um rendimento acima de 90%, superior aos 40% dos que utilizam combustível. “Outra característica é que ele tem força em baixas rotações. Então, a performance é muito boa na propulsão e capacidade de tração.”
A bateria, por outro lado, provoca sentimentos conflituosos nos proprietários de carros elétricos. Segundo Romio, os índices de manutenção são baixos, o que traz alívio para o bolso dos consumidores. No entanto, esse componente também traz algumas limitações. “Em algum momento, o usuário terá de trocar a bateria”, diz. “E, nestes casos, o valor pode, muitas vezes, ser superior ao do carro.” Ainda assim, o pesquisador do IMT diz que raramente há necessidade de qualquer mudança nos primeiros oito anos de uso.
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Uma pedra no sapato do consumidor é falta de infraestrutura para o carregamento. Também chamados de eletropostos, esses locais fornecem energia às baterias dos modelos híbridos e elétricos por meio de um plugue. Segundo a ABVE, o Brasil possui, atualmente, 350 desses pontos de recarga espalhados em rodovias, shoppings e postos de combustível.
Para o coordenador-executivo da PNME (Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica), Marcus Regis, a questão da infraestrutura de recarga é o principal calcanhar de Aquiles, tanto para o consumidor quanto para a indústria. “Eu preciso primeiro ter automóveis elétricos para ter a infraestrutura de recarga ou vice-versa? Essa é uma pergunta muito parecida com aquela que tenta descobrir quem veio primeiro, o ovo ou a galinha”, afirma. “A pessoa não vai comprar o carro se não tiver onde carregar. Por isso, as duas coisas precisam caminhar juntas, com passos incrementais.”
IPI: O VILÃO DA INDÚSTRIA
A produção nacional de carros elétricos/híbridos, de acordo com a ABVE e com a Anfavea, resume-se a apenas um modelo – o Corolla Hybrid Flex, da japonesa Toyota, montado na cidade de Indaiatuba, no interior do estado de São Paulo. O carro, híbrido, representou mais da metade das vendas da categoria no ano passado – a outra metade chegou ao país via importação.
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Assim como para a indústria, as taxas e tarifas também são um empecilho para os consumidores. De acordo com o gerente de assuntos governamentais da Toyota e vice-presidente de veículos leves da ABVE, Thiago Sugahara, a falta de políticas públicas, especialmente as tributárias, é o principal desafio do setor. “O maior entrave aos veículos eletrificados atualmente não é o imposto de importação, mas sim o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)”, diz. Modelos híbridos elétricos podem pagar até 18% ou 20%, respectivamente, de imposto sobre o valor do veículo – contra 7%, por exemplo, dos veículos flex 1.0 com motor à combustão.
O presidente da ABVE, Adalberto Maluf, concorda e diz que as fábricas brasileiras de automóveis podem ficar obsoletas pela ausência de uma política industrial para o setor. “Consideramos justo que veículos mais eficientes e menos poluentes, como os elétricos, paguem menos impostos do que os veículos à combustão, como o mundo inteiro faz”, afirma. “O ideal é que eles fossem taxados como os automóveis 1.0.” Segundo ele, caso não haja redução desses tributos, o setor ficará isolado do restante do mundo, dificultando o desenvolvimento de fabricantes de peças e fornecedores.
LANÇAMENTOS DE 2021
Mesmo com dificuldades para entrar de vez no mercado brasileiro, seja por conta do preço alto de componentes ou pela falta de infraestrutura de carregamento, os automóveis elétricos devem aumentar sua presença no país em 2021, ainda que por vias internacionais. Montadoras tradicionais, como, por exemplo, a italiana Fiat, a sueca Volvo, as francesas Renault e Peugeot, além das alemãs Audi, BMW, Porsche, prometem novidades para os próximos meses.
Confira, na galeria de fotos a seguir, 7 lançamentos previstos para 2021:
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Divulgação Audi RS e-tron GT
Após desembarcar no Brasil com o veículo 100% elétrico Audi e-tron, a montadora alemã Audi pretende trazer mais dois modelos para o país ainda em 2020. Um deles, que entrará em pré-venda este mês, é o esportivo RS e-tron GT.
Com uma aceleração de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos, o carro possui uma potência máxima de 475 kW, podendo chegar a uma velocidade máxima de 250 km/h. O consumo de energia é de 22,5 kWh a cada 100 quilômetros e a autonomia varia entre 433 e 472 quilômetros a cada carga. O preço não foi divulgado, mas a previsão é de que sua chegada ao mercado brasileiro seja em outubro deste ano.
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Divulgação BMW 530e M Sport
A BMW trouxe ao mercado brasileiro, no último mês, o seu modelo híbrido 530e M Sport, em uma versão Dark Edition, com a pintura em preto e lanternas, faróis, rodas e painéis escurecidos também.
O sedã alemão possui dois sistemas de motor: um à combustão, com um motor de 184 cavalos; e um elétrico com potência de 292 cavalos. A autonomia da parte movida à eletricidade é de 56 quilômetros por ciclo de carregamento, que é feito em um modelo plug-in.
O carro já pode ser encomendado por clientes brasileiros, mas sua chegada no país está marcada apenas para o início de junho. O preço sugerido é de R$ 425 mil.
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Divulgação Fiat 500e
Em sua terceira geração, o modelo 500e, da Fiat, será pela primeira vez inteiramente elétrico.
Com autonomia de 320 quilômetros por ciclo de carga, o hatch da montadora italiana possui uma potência de 87 kW, que equivale a 118 cavalos. A aceleração do veículo, de 0 a 100 km/h, é de nove segundos.
Por enquanto, o modelo é vendido apenas na Europa, mas a perspectiva é de que chegue ao Brasil no segundo semestre deste ano. O preço não foi divulgado.
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Divulgação MINI Cooper SE
A montadora MINI já está colocando o seu principal veículo 100% elétrico em pré-venda nas suas 22 concessionárias no país.
Produzido na fábrica de Oxford, na Inglaterra, o hatch de três portas é equipado com uma bateria capaz de entregar 184 cavalos de potência e um desempenho de 32,6 kWh, permitindo uma autonomia de até 234 quilômetros por ciclo de carga.
Há dois modelos do MINI Cooper SE à venda no país: o Exclusive, que chega a R$ 240 mil; e o Top, a R$ 265 mil.
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Divulgação Peugeot 208 e-GT
A francesa Peugeot deve entrar no mercado brasileiro de veículos elétricos com o seu hatch 208 e-GT.
A previsão inicial é de que o carro desembarque no Brasil no segundo semestre deste ano, mas a data de estreia em solo nacional pode atrasar, a depender do cenário econômico.
De acordo com informações técnicas divulgadas no site europeu da montadora, o modelo possui autonomia de até 349 quilômetros por carga e uma potência de 100 kW, o equivalente a 136 cavalos.
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Divulgação Porsche Taycan 4 Cross Turismo
A Porsche deve trazer ao Brasil o seu novo modelo esportivo 100% elétrico, o Taycan 4 Cross Turismo, ainda neste semestre.
Com uma arquitetura de bateria de 800 volts, duas vezes maior que a dos VEs convencionais, o carro alemão tem uma performance de consumo de 22,4 kWh a cada 100 quilômetros rodados e uma autonomia que varia entre 389 e 456 quilômetros.
A potência pode chegar a 350 kW, o equivalente a 476 cavalos, proporcionando uma aceleração de 0 a 100 km/h em 5,1 segundos. O preço sugerido pela montadora é de R$ 649 mil.
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Divulgação Volvo XC40 Recharge Pure Electric
A Volvo anunciou, neste ano, sua pretensão de se tornar uma montadora inteiramente dedicada para carros elétricos até 2030.
Um dos modelos que deve liderar esse movimento na montadora sueca é o XC40 Recharge Pure Eletric, o veículo 100% elétrico da marca, que deve chegar ao Brasil no segundo semestre de 2021.
O SUV comercializado na Europa possui uma bateria com potência de 78 kWh, proporcionando uma autonomia de 418 quilômetros e uma aceleração entre 0 e 100 km/h de 4,9 segundos. O preço não foi divulgado.
Audi RS e-tron GT
Após desembarcar no Brasil com o veículo 100% elétrico Audi e-tron, a montadora alemã Audi pretende trazer mais dois modelos para o país ainda em 2020. Um deles, que entrará em pré-venda este mês, é o esportivo RS e-tron GT.
Com uma aceleração de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos, o carro possui uma potência máxima de 475 kW, podendo chegar a uma velocidade máxima de 250 km/h. O consumo de energia é de 22,5 kWh a cada 100 quilômetros e a autonomia varia entre 433 e 472 quilômetros a cada carga. O preço não foi divulgado, mas a previsão é de que sua chegada ao mercado brasileiro seja em outubro deste ano.
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