Apenas um ano após sua fundação, a startup de cartão de crédito corporativo Ramp se tornou a mais recente fintech a se transformar em unicórnio, com uma avaliação surpreendente de US$ 1,6 bilhão. O valor foi atingido graças ao aporte de US$ 115 milhões liderado pela D1 Capital Partners, e US$ 95 bilhões em pagamentos da gigante Stripe.
Anunciada na quinta-feira (8), a rodada eleva a captação total da empresa com sede em Nova York para US$ 320 milhões, incluindo os US$ 150 milhões em financiamento de dívida do Goldman Sachs de fevereiro.
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“Acabou sendo um ano incrível para a Ramp”, disse o cofundador e CEO Eric Glyman, um egresso do Harvard College de 30 anos que considera o Ramp o primeiro cartão corporativo criado para ajudar os clientes a gastar menos. Como os concorrentes Brex e Divvy, a empresa não cobra taxas, nem juros, e ainda oferece cashback. Também disponibiliza uma plataforma de gerenciamento de despesas cujos algoritmos analisam transações para identificar oportunidades de economia – um recurso que Glyman diz que ajudou os clientes a cortarem gastos desnecessários em cerca de US$ 100 mil no ano passado.
“Em março, abril e maio, isso passou a significar a diferença entre sobreviver até o mês seguinte e ajudar a manter mais e mais pessoas na folha de pagamento”, disse o empreendedor sobre os primeiros dias da empresa durante a pandemia. A companhia lançou seus serviços em 12 de fevereiro de 2020 – apenas um mês antes de dezenas de estados norte-americanos começarem a impor medidas de isolamento social que afetaram as receitas de pequenas empresas – o principal mercado da Ramp.
Com sua sede localizada a menos de dois quarteirões ao sul da Union Square, em Manhattan, a Ramp já conquistou cerca de 1.000 clientes, incluindo o aplicativo social do momento – o Clubhouse -, a fintech de hipotecas Better e a organização sem fins lucrativos Planned Parenthood. Com o volume de transações disparando 400% apenas nos últimos seis meses, o cartão de crédito corporativo da empresa já processou quase US$ 1 bilhão em transações desde o lançamento, 14 meses atrás – superando os cerca de dois anos que a concorrente Brex levou para atingir o mesmo marco.
A nova captação chega em um momento de grande crescimento no valor das fintechs. Com sede em Utah, a Divvy, que ostenta uma avaliação de US$ 1,8 bilhão, conquistou US$ 165 milhões em novos financiamentos em janeiro deste ano, e a Brex está, supostamente, levantando um novo capital que poderia quase triplicar sua avaliação – para US$ 8 bilhões – quatro anos após seu lançamento. De acordo com a PitchBook, as fintechs levantaram incríveis US$ 21 bilhões em capital de risco em 2021 até o momento, colocando a indústria no caminho para superar o recorde de US$ 53 bilhões em 2018.
Quanto à Ramp, a empresa está planejando usar seu novo capital para o desenvolvimento de produtos e para suportar o número crescente de funcionários, que aumentou cinco vezes durante a pandemia, chegando a quase 100. Segundo Glyman, a fintech vai apostar em seu software de gerenciamento de despesas com recursos automatizados de economia e contabilidade, já que mais de 90% dos clientes fizeram a mudança completa para sua plataforma de gerenciamento de gastos de provedores legados como Expensify e Concur. Para gerenciar o crescimento, a companhia contratou o ex-executivo da Stripe e da Goldman Sachs, Colin Kennedy, como diretor de negócios.
Nascido em Las Vegas, Glyman está familiarizado com o mundo das startups de alto crescimento. Ele conheceu seus colegas cofundadores, o diretor de tecnologia Karim Atiyeh e o diretor de produtos Gene Lee, na faculdade e no ensino médio, respectivamente. Em 2014, Glyman e Atiyeh criaram a Paribus, que ajudou compradores online a obterem reembolsos automáticos de compras anteriores. De acordo com o executivo, um ano após seu lançamento, em maio de 2015, o serviço tinha quase 1 milhão de usuários. Isso chamou a atenção da gigante dos cartões de crédito Capital One, que adquiriu a Paribus por uma quantia não revelada em outubro de 2016.
Agora, Glyman está ansioso para enfrentar a gigante do setor American Express, que registrou quase US$ 871 bilhões em volume de transações no ano passado. Segundo ele, cerca de um terço dos clientes da Ramp vieram da AmEx.
“Parece que a Ramp é um segredo bem guardado do qual a maioria das pessoas nunca ouviu falar”, disse Glyman após o ano de crescimento explosivo da empresa. “Achamos que há muitas oportunidades de evolução.”
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