A Deel, startup norte-americana que oferece uma plataforma de gestão da folha de pagamento para empresas com equipes internacionais, anunciou mais uma rodada de investimentos – a terceira em menos de um ano. No valor de US$ 156 milhões (R$ 858 milhões), a série C, liderada pelos fundos Andreessen Horowitz e Y Continuity, possibilitará a entrada da plataforma no Brasil, que se torna o terceiro país da América Latina a ter uma operação própria.
Fundada por dois ex-alunos do MIT (Massachusetts Institute of Technology), o Forbes Under 30 da edição 2020 Alex Bouaziz e Shuo Wang, a Deel teve, em 2019, seu primeiro ano de vida, uma passagem pelo programa de aceleração da Y Combinator, quando captou um investimento seed de US$ 150 mil (R$ 825 mil). Um ano depois, em 2020, a companhia engatou duas captações em um espaço de quatro meses: uma série A de US$ 14 milhões (R$ 77 milhões), encabeçada pelo Andreessen Horowitz, e uma série B liderada pela Spark Capital no valor de US$ 30 milhões (R$ 165 milhões).
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Em pouco menos de três anos, a Deel já atua em pelo menos 150 países, atendendo 1.800 clientes corporativos. A startup, no entanto, possui sede física apenas na Califórnia, nos Estados Unidos. Todas as demais operações são inteiramente remotas, conduzidas por 120 colaboradores distribuídos pelo mundo. Na América Latina, por exemplo, a estratégia de expansão foi “começar pequeno” para testar a adesão da plataforma na região. Por conta disso, o início da operação latino-americana foi na Colômbia, escalando posteriormente para o México. Com os novos recursos, no entanto, a perspectiva é aumentar a aposta e adentrar no mercado brasileiro de vez.
Com sua plataforma de gestão de folha de pagamentos de times internacionais, a Deel quer conquistar, em um primeiro momento, startups e companhias brasileiras que prestam serviços para corporações no exterior. “Uma pequena ou média empresa, para crescer, precisa de equipe, de profissionais de atendimento a desenvolvedores de software”, diz o country manager da Deel no Brasil, Cristiano Soares. “Hoje, a competição por novos talentos não é mais só doméstica, e as empresas contratam colaboradores de qualquer lugar do mundo.”
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Segundo o executivo, o diferencial da startup vai além do gerenciamento dos pagamentos e benefícios de funcionários que residem fora do país-sede das empresas, passando pela simplificação do processo de contratação. “A complexidade e o gargalo da contratação está em se adequar às leis trabalhistas de cada país”, diz. “É muito caro e complicado para as empresas criarem sedes fora, lidarem com pagamentos em diversas moedas e contratarem times jurídicos e contábeis.”
A plataforma da Deel, como conta Soares, permite que empresas de todo o mundo façam contratos de prestação de serviços e até regimes semelhantes à CLT por meio da tecnologia. A contratante precisa colocar os dados do funcionário selecionado no software e todo o processo de assinatura de contrato, validação de documentos e compliance de leis trabalhistas é realizado digitalmente.
No Brasil, o serviço chamou a atenção de pelo menos dois unicórnios brasileiros, o banco digital Nubank e o aplicativo de delivery iFood. Ambas empresas já são clientes da Deel e realizam a gestão de seus times internacionais por meio da plataforma. O custo para a utilização do software é mensal, partindo de US$ 49 (R$ 269,50) por funcionário cadastrado.
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