Com pouco mais de seis meses de vida, a jovem startup brasileira Daki vai entrar capitalizada no acirrado ringue das empresas de delivery de produtos de supermercado. A companhia de São Paulo (SP) anunciou hoje (20) a captação de US$ 170 milhões em sua primeira rodada institucional, a chamada série A. O aporte foi liderado pelos fundos de venture capital Tiger Global, GGV e Balderton. Monashees, Kaszek, HV, Activant, Greycroft e FJ Labs também participaram do investimento.
Fundada em janeiro deste ano pelos empreendedores Alex Bretzner, Rafael Vasto e Rodrigo Maroja, a Daki promete entregar pedidos de itens de supermercado em até 15 minutos, sem a cobrança de frete. No momento, a plataforma está operando apenas na cidade de São Paulo, atendendo 20 bairros da capital paulista. Para cumprir esse prazo de delivery, mantém mais de 10 dark stores – centros de distribuição exclusivos para estoque e empacotamento de pedidos – distribuídos pelo município. A retailtech atualmente possui mais de 1.000 produtos em seu catálogo.
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A captação também marca a fusão da startup brasileira com o grupo norte-americano JOKR, que realiza um serviço similar – de entregas rápidas por meio de dark stores – internacionalmente, atuando não só nos Estados Unidos, mas também no México, Peru, Colômbia, Polônia e Áustria. A união das duas empresas, segundo o cofundador e CEO Rafael Vasto, representa uma sinergia de modelos de negócio parecidos, o que também facilitou a captação da série A. “Com a fusão, poderemos compartilhar aprendizados e tecnologia de uma maneira mais rápida”, afirma. “Além disso, [essa movimentação] foi importante para fortalecer a posição financeira das duas empresas, criando um projeto ainda maior e em mercados diferentes.”
Assim, a Daki funcionará como a operação brasileira da JOKR, com a sua própria marca e aplicativo. Com o aporte, um dos primeiros planos da retailtech é expandir sua cobertura geográfica em São Paulo, além de começar a atuar no Rio de Janeiro (RJ) ainda este mês. “Não posso falar sobre os próximos passos de expansão, mas nosso modelo de negócios tem muita aderência com centros urbanos. No curtíssimo prazo, focaremos em São Paulo e no Rio”, diz Vasto. A pretensão é de que, até o final de 2021, a startup tenha mais de 100 dark stores, um crescimento de dez vezes comparado ao tamanho atual de sua rede de distribuição.
Além da expansão, os recursos captados também serão direcionados para a ampliação da equipe e desenvolvimento de tecnologia. Com 100 colaboradores no time, a Daki quer contratar mais pessoas para a área operacional, de vendas e de tecnologia – para o desenvolvimento de novas funcionalidades e otimização do aplicativo. Entre os funcionários almejados pela startup estão os “personal shoppers”, que são responsáveis por organizar os centros de distribuição, além de receber e montar os pedidos para as entregas. A companhia não divulgou uma estimativa de quantos postos serão abertos até o final deste ano.
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A ampliação do sortimento de produtos ofertados também faz parte dos planos da Daki após a injeção de recursos. Embora não tenha uma previsão de quantos itens serão adicionados à plataforma até o final deste ano, os fundadores já definiram que não querem “inflar” o portfólio. “Obviamente vamos expandir a seleção dos produtos, mas nunca vamos chegar no número que os supermercados tradicionais oferecem, com mais de 10 mil itens”, afirma Vasto. “Esse volume não cabe no nosso modelo, que preza por uma experiência mais fluida e direta.”
O páreo no segmento de delivery online de produtos de supermercado está bem movimentado nos últimos tempos, com a presença não só de grandes varejistas, como Carrefour, Pão de Açúcar e Extra, mas também de empresas de tecnologia, como iFood, Rappi e Uber. Para Vasto, a proposta da Daki – com entregas rápidas e centros de distribuição próprios – tem força para vencer a disputa. “O modelo de marketplace, em que alguém vai buscar o seu pedido no supermercado, é problemático, tanto no que diz respeito à tecnologia, quanto ao operacional”, diz. “Nosso modelo, de lojas dedicadas para o online, acaba sendo mais barato por não precisar de tanto investimento em infraestrutura.”
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