A plataforma para criação de lojas virtuais Nuvemshop é o mais novo unicórnio latinoamericano. A companhia acaba de receber um aporte de US$ 500 milhões em uma rodada série E que elevou sua avaliação para US$ 3,1 bilhões (R$ 16 bilhões). Liderada pelos fundos norte-americanos Insight Partners e Tiger Global Management, a operação anunciada hoje (17) contou também com a participação da Alkeon, Owl Rock, Accel, Kaszek, Qualcomm Ventures, ThornTree Capital, Sunley House Capital e VMG Partners.
O novo financiamento ocorre um pouco mais de cinco meses depois da série D, quando a Nuvemshop captou US$ 90 milhões (R$ 468 milhões), e dez meses após a série C, na qual levantou outros US$ 30 milhões (R$ 156 milhões). Com mais capital à disposição, a companhia deve investir em um plano de expansão, levando sua tecnologia para outros países da América Latina, além de Brasil, Argentina e México, onde a empresa já possui operação. Além disso, a retailtech deve destinar recursos para lançar novas ferramentas e soluções destinadas aos mais de 90 mil lojistas que utilizam sua plataforma.
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Para o sócio-diretor da Insight Partners, Matt Gatto, o plano de expansão da Nuvemshop para outros países da América Latina, a partir dos recursos captados na série E, é a melhor estratégia no longo prazo. “Nós enxergamos o mercado de e-commerce na região com um alto potencial de crescimento. São 650 milhões de consumidores e uma penetração baixa do comércio digital”, afirma. “A utilização do varejo online deve crescer no médio e longo prazos, e nós acreditamos que a Nuvemshop está muito bem-posicionada para capitalizar nessa oportunidade.”
Na mesma linha de raciocínio, o CEO e cofundador da Nuvemshop, Santiago Sosa, acredita que, em até 15 anos, o e-commerce vai superar o varejo físico em termos de consumo. “Acreditamos que a penetração do comércio online será de 60%, 65%”, afirma. “Será um processo, mas sabemos que outras empresas estarão resolvendo problemas parecidos na jornada do lojista, o que fará com que todo o ecossistema cresça junto, desenvolvendo a infraestrutura logística e de pagamentos.”
De acordo com o banco de dados Statisa, o faturamento do e-commerce na América Latina deve sair de US$ 70 bilhões em 2019 para US$ 116 bilhões em 2023, um crescimento de 65% em quatro anos. Pensando nessa oportunidade, a Nuvemshop quer levar sua solução para mais países da região. “A internacionalização do nosso negócio será muito importante nos próximos anos”, diz Sosa, que criou a empresa na Argentina, mas tem no Brasil seu principal mercado. A operação deve chegar à Colômbia ainda este ano e ao Chile e Peru em 2022. Com isso, a retailtech pretende passar de 750 mil lojistas nos próximos cinco anos.
No curto e médio prazos, o principal foco da Nuvemshop é expandir as soluções destinadas aos varejistas cadastrados em sua plataforma. “Esse capital nos possibilita trabalhar em nosso serviço principal, de construção de lojas virtuais, com maior profundidade e um novo patamar de qualidade”, afirma Sosa. “Queremos que os nossos usuários consigam fazer sites mais bonitos, amigáveis, proporcionem uma compra mais rápida e segura, além de oferecerem bons serviços logísticos.” De acordo com o CEO, grande parte dos US$ 500 milhões serão utilizados no desenvolvimento dessas novas ferramentas.
Além disso, segundo o executivo, a companhia deve alimentar o seu ecossistema de soluções, possibilitando que outras empresas integrem suas aplicações à plataforma da Nuvemshop. “Nós reconhecemos que não conseguimos resolver todas as dores do lojista”, afirma. “Existem milhares de empresas que oferecem serviços complementares aos nossos, então criamos uma loja de aplicativos onde outras companhias podem integrar suas soluções à nossa.” Hoje, os lojistas podem acessar um catálogo com mais de 300 aplicativos focados em marketing, logística e meios de pagamento.
Parte do valor arrecadado na série E também será utilizado para novas contratações. Com 600 colaboradores, a Nuvemshop pretende chegar a 900 em 2021 e 1.500 até o final de 2022. “Se queremos ter um crescimento de mais de 10 vezes nos próximos cinco anos, não tem segredo. Temos que contratar pessoas e criar uma boa cultura organizacional, onde todos se sintam desafiados e bem”, diz Sosa. A expectativa da companhia é empregar mais de 5.000 pessoas nos próximos cinco anos.
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