Grande parte do aprendizado técnico sobre tecnologia que preciso ter para fazer meu trabalho eu aprendi no último ano. Com duas décadas e meia de carreira na área de inovação, dificilmente as tecnologias que vi há dez ou cinco anos seguem em voga.
Já a aceleração digital vista em 2020-2021 me permite afirmar com segurança que as tecnologias utilizadas agora também serão substituídas rapidamente. Esse é o admirável mundo digital, em que a evolução desenfreada transforma tudo o que conhecemos dia após dia.
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Liderar uma companhia enquanto essa transformação digital acontece em uma velocidade vertiginosa exige esforço redobrado dos executivos, uma vez que é preciso manter a estratégia e a visão da empresa muito claras para toda a equipe. É como se estivéssemos mudando os trilhos de lugar com o trem em movimento, a todo instante.
Não quero ser alarmista, pelo contrário: sou otimista e acredito que, na mesma rapidez com que a tecnologia evolui, temos excelentes oportunidades de adquirir e compartilhar mais conhecimento para compreender as mudanças e tendências. É o que eu chamo de cultura do aprendizado. Os líderes são bons leitores e quando estão em organizações que têm esse pilar enraizado conseguem chegar a um alto nível de inovação e criatividade.
Nessa busca incessante por me manter atualizado e incentivar meu time a fazer o mesmo, encontrei uma excelente obra com provocações para líderes se tornarem mais conscientes do seu papel no sucesso da equipe e da empresa. Trata-se do livro “The 15 Commitments of Conscious Leadership: A New Paradigm for Sustainable Success”, dos autores Jim Dethmer, Diana Chapman e Kaley Warner Klemp. Nele, a característica de ser uma pessoa curiosa foi listada com uma das habilidades essenciais na liderança consciente e bem-sucedida.
Não poderia concordar melhor com esse insight porque a inovação, o conhecimento e a própria solução de problemas caminham lado a lado com a curiosidade. Parece ser uma habilidade tão simples, porém a maioria das pessoas ainda está mais preocupada em sempre ter razão do que aprender e deixar padrões antigos para trás. Como podemos pensar fora da caixinha sem ter a curiosidade de sair dela?
Para algumas pessoas pode ser realmente difícil se desvencilhar das “coisas como elas são” e adotar o novo em sua vida profissional. Afinal, é um cenário muito diferente das gerações passadas, em que os estudos terminavam com a conclusão da universidade ou até do MBA. Agora, a obtenção de mais conhecimento não acaba jamais, principalmente para quem deseja inovar de forma disruptiva e ser relevante para o mercado no longo prazo.
Ser um líder curioso é essencial para atrair talentos com essa mesma característica, além de fomentar o mindset da aprendizagem diária na equipe. Assim, é possível provar outro valor muito importante: o compartilhamento de novos aprendizados entre colegas. Não há mais espaço para silos e conhecimento dividido por áreas.
A colaboração e a integração total dentro de uma empresa passaram a ser peças-chave nesse quebra-cabeça da transformação tecnológica. Por isso, acredito que a cultura do aprendizado e do conhecimento contínuo tem ocupado cada vez mais um lugar central no nosso volátil e admirável novo mundo digital.
Federico Grosso é general manager da Adobe para América Latina.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
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