O Uber e o Lyft estão emergindo da pandemia como empresas mais enxutas e de custo mais baixo, com um lucro operacional e o poder inesperado de aumentar os preços sem perder passageiros.
As tarifas de aplicativos de transportes urbano subiram para níveis sem precedentes este ano nos Estados Unidos devido à falta de motoristas. Para a alegria das empresas, os passageiros até agora parecem indiferentes, voltando para as plataformas em números cada vez maiores.
“Acho que há mais poder de precificação do que qualquer um jamais percebeu que existia no setor”, disse o diretor financeiro da Lyft, Brian Roberts, na última terça-feira (2).
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Na quinta-feira (4), o presidente-executivo da Uber Technologies, Dara Khosrowshahi, chamou o ambiente atual de “experimento gigante de preços”.
“Mesmo com os preços subindo …, estamos vendo que, conforme as cidades reabrem, as pessoas começam a usar o produto, e o usam muito”, disse Khosrowshahi.
De acordo com uma análise da empresa de dados YipitData, as taxas médias cobradas por quilômetro nos Estados Unidos no terceiro trimestre foram quase 25% mais altas do que no mesmo período de 2019.
Para viagens de aeroporto, que estão entre as rotas mais lucrativas da Uber e da Lyft, os aumentos de preços foram ainda mais acentuados.
Os motoristas e entregadores de alimentos do Uber no terceiro trimestre ganharam 8,6 bilhões de dólares, 60% a mais que no ano anterior, com o crescimento dos rendimentos dos motoristas ultrapassando a expansão das viagens, disse a Uber na quinta-feira (4).
“Sempre haverá uma viagem no nível de preço de hoje, o que pode ser uma aceleração mais rápida”, disse o presidente da Lyft, John Zimmer, em uma entrevista à Reuters. “Mas na verdade se trata de encontrar a viagem certa para o cliente certo no momento certo”, disse ele, acrescentando que os consumidores que desejam uma viagem mais barata podem ter que esperar mais.