Com a precificação de suas ações classe A na noite desta quarta-feira, 8, a US$ 9, em oferta inicial de ações, (IPO, na sigla em inglês) prevista na Bolsa de Valores de Nova York, o Nubank atingiu o status de maior instituição financeira da América Latina passando a valer US$ 41,5 bilhões.
Criado há oito anos para oferecer um cartão de crédito gratuito, o Nubank revelou os preços em documento enviado à Securities and Exchange Comission (SEC) antes de sua estreia na bolsa nesta quinta-feira, de acordo com a Reuters. O IPO do Nubank também ressalta como as fintechs estão enfrentando bancos físicos em um cenário altamente concentrado da América Latina.
Gustavo Hansel, CEO da GH Branding, e especialista em inovação, tendo desenvolvido vários projetos de integração entre o Brasil e o Vale do Silício, analisa que o Nubank conseguiu canalizar na América Latina tudo aquilo que muitas startups do Vale até tentam, mas não possuem escala para atingir. Ele separou quatro elementos fundamentais para que a fintech chegasse até o tão esperado IPO.
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Customer centricity
“Um dos mais importantes pilares da inovação descentralizada é usar a tecnologia para simplificar a vida de quem a usa. Outra palavra que ajuda a entender esse conceito é democratizar. Foco real na necessidade do usuário, tirando tudo aquilo que atrapalha, é uma das grandes bandeiras do Nubank desde o início. É tão presente na cultura deles que virou referência nas salas de reunião de empresas em todo o país”.
Tecnologia como engenharia
“Outra parte importante da contribuição do Nubank ao nosso ecossistema de inovação é a valorização dos profissionais de TI. Esse ponto pode ser controverso para muitas pessoas, mas é nítido o aumento significativo nos salários praticados no mercado nos últimos três anos impulsionados por rodadas estratosféricas”.
Dá para fazer no Brasil
“O Nubank, com sua trajetória, conseguiu provar para o próprio mercado brasileiro que a gente pode ser muito bom em inovação. Além de produzir tech de alta qualidade, ficou claro que conseguimos competir no mercado mundial por rodadas de investimento: atrair capital qualificado para as nossas empresas. Esse caminho foi muito bem pavimentado pelo banco digital e fica de legado para várias novas scale-ups que estão chegando”.
Cultura Growth Hacker
“Falar de banco e hacker na mesma frase não é a melhor escolha de palavras, mas, é desta forma que o Nubank construiu a sua reputação. No início de tudo, quando a empresa era pequena, você precisava ser convidado para ter acesso ao produto. Seu cachorro comeu o cartão? A gente te envia um brinquedinho roxo para presenteá-lo. Essas ações ajudaram a empresa a atrair talentos com instinto revolucionário, o que leva as soluções não serem pensadas sobre o espectro tradicional. É o famoso resolver diferente”.