As habilidades humanas dominarão um mundo cada vez mais digital. Quando olhamos para os próximos cinco anos, autogerenciamento, resiliência, tolerância ao estresse, pensamento crítico e capacidade de resolução de problemas estão no topo das prioridades segundo o Relatório “Futuro dos Empregos” do World Economic Forum, que mapeia os empregos e as habilidades do futuro.
Por quê? Porque esses são os conhecimentos que precisaremos para acompanhar o ritmo das mudanças que acontecem. Um cenário no qual o digital e o físico caminham para uma intensa simbiose – a lógica do Metaverso está aí para ilustrar isso – e os robôs assumem papéis cada vez mais humanos. Uma realidade mais adepta ao Work-Life Integration e a inclusificação, com as lideranças tendo que ser capazes de reconhecer perspectivas únicas e divergentes das pessoas e, ao mesmo tempo, criar um clima de pertencimento, também emerge.
Não fomos preparados para esse mundo. O que isso significa, então? Que metade de todos nós precisará se requalificar até 2025. E, pela lógica, focando justamente no desenvolvimento das habilidades que são exclusivamente humanas, e não das máquinas.
Entre os líderes empresariais ouvidos pelo World Economic Forum, 94% esperam que os funcionários adquiram novas competências no trabalho – um aumento considerável em relação aos 65% apontados em 2018. Precisamos destas habilidades para atender as demandas da nova era. Até 85 milhões de empregos poderão ser substituídos por uma mudança na divisão do trabalho entre humanos e máquinas nos próximos três anos. Por outro lado, milhões de novos trabalhos devem surgir, justamente, a partir dessa nova realidade que está sendo construída.
O segredo? Sermos muito ativos na nossa preparação pessoal para esse novo mundo. O aprendizado continuado será cada vez mais importante, e neste caso sempre destaco a importância de abraçarmos o Intentional Learning, o aprendizado intencional e constante, guiado pela curiosidade.
Não são apenas os indivíduos que precisam ser preparados para essa realidade do mundo do trabalho. O mesmo deve acontecer com o sistema educacional e com as empresas. No ritmo acelerado das mudanças, os alunos querem entender como converter, mais rapidamente e de forma eficaz, o conhecimento adquirido durante as aulas, em experiências reais.
Nas empresas, o caminho para maximizar a produtividade é apostando, justamente, no uso mais efetivo das novas tecnologias para complementar as habilidades humanas, como evidencia o estudo “O Futuro das Competências: Emprego em 2030”, realizado pela Pearson com pesquisadores da Nesta e da Oxford Martin School.
Os talentos precisam ser capacitados para esse novo mundo, para construir um futuro melhor. E cabe aos líderes conduzir esse processo. O Massachusetts Institute of Technology (MIT) aponta que identidade, valores, prioridades e recursos são as quatro categorias nas quais os pontos fortes de liderança são compactados.
Isso nos leva a prestar atenção e compreender, a todo momento, como vemos a nós mesmos em uma situação em que estamos nos esforçando o máximo possível; quais são os princípios éticos que guiam nosso comportamento; a que dedicamos o nosso tempo e que tipo de habilidades, talentos e competências temos que ter para atingir nosso nível máximo.
Quanto mais abordamos as novas tecnologias, os modelos de negócios disruptivos e a digitalização, mais nos deparamos com o desafio de ajudar as pessoas na sua evolução. A inovação depende disso, já que uma das maiores ameaças ao avanço dentro das organizações é, justamente, o fato de os indivíduos temerem o novo por entenderem que todas essas transformações e tecnologias tornarão as suas habilidades obsoletas. Quer uma resposta para isso? Não irão, desde que a busca por requalificação seja constante.
Você está pronto para o futuro do trabalho?