A Meta vem ampliando os investimentos e testes relacionados ao metaverso. A empresa está experimentando uma nova ferramenta que utiliza inteligência artificial para facilitar as interações no metaverso. Batizado de Builder Bot, uma das funções da tecnologia é criar lugares no metaverso apenas com comandos de voz.
Ao demonstrar a tecnologia, Mark Zuckerberg comentou que o Builder Bot também pode expandir aplicações como, por exemplo, adicionar música e efeitos sonoros às narrativas. Um dos objetivos é ampliar o nível de interatividade no universo virtual da companhia.
“O avanço da tecnologia permitirá ao usuário criar mundos para explorar e compartilhar experiências com outros apenas com o uso da voz”, disse Zuckerberg no vídeo que apresenta a nova solução.
Teste de fogo do metaverso
O motivo de o Facebook ter se tornado Meta, em outubro de 2021, e impulsionado a indústria em torno do chamado metaverso, é o mesmo que ajudou as ações da Meta terem desvalorização recorde no início de fevereiro. Os papeis da dona do Facebook caíram 26,39%, o que fez a empresa perder US$ 237,6 bilhões (R$ 1,26 trilhão) em valor de mercado, a maior desvalorização de uma companhia em um único dia já registrada na história de Wall Street. Até então, o recorde era da Apple, que perdeu US$ 182 bilhões (R$ 963,8 bilhões) em 3 de setembro do ano passado.
A divisão que desenvolve o metaverso é origem direta de investimentos da empresa e fonte expressiva de prejuízos nos últimos anos. Em 2019, a área teve US$ 4,5 bilhões (R$ 23,7 bilhões) de perdas. No ano seguinte, 2020, foram US$ 6,6 bilhões (R$ 34,8 bilhões) e, em 2021, esse valor saltou para US$ 10,1 bilhões (R$ 53 3 bilhões).
De acordo com análise da XP Investimentos, desenvolvida pelos analistas Vinicius Araújo, Jennie Li e Rafael Nobre, existem alguns desafios na construção do metaverso. “Apesar dos milhões que estão sendo gastos em NFTs, ainda é cedo para imaginar uma substituição de itens físicos, como automóveis e casas por suas versões digitais. Tal mudança envolveria uma transformação cultural de longo-prazo”, pontua a análise.