Em 2014, aos 19 anos, Grégory Reichert – em um início de jornada que remete à fundação da norte-americana Dell em vários aspectos – montou sua pequena empresa na garagem da casa dos pais, em Passo Fundo (RS), com a pretensão quase singela de ser a melhor assistência técnica em informática da cidade. No ano seguinte, convenceu seu irmão André a investir tudo o que tinha (pouco mais de R$ 5 mil) na criação do e-commerce no qual ofereceriam computadores em geral. Logo eles descobriram algo muito melhor: o mercado de máquinas profissionais personalizadas começou a chamar a atenção de interessados por todo o Brasil.
Os irmãos se especializaram então na chamada venda consultiva, montando computadores customizados para profissionais que precisam de softwares específicos. Desenvolveram outro trunfo: as soluções de hardware para grandes e médias empresas. “Nossa missão é permitir que profissionais incríveis alcancem o extraordinário com a ajuda de nossos produtos e soluções”, afirma Grégory. Ancorada nesse propósito, a Razor vem aumentando seu faturamento e sua carteira de clientes, que conta com instituições e empresas do porte de Petrobras, Itaú, Instituto Butantan, USP, Globo e Samsung, entre outras. Orgulha-se também de sua cultura humanizada – que rendeu a ela o selo GPTW (Great Place to Work) por três anos consecutivos, com aprovação de cerca de 90% dos colaboradores.
Produto e mercado
As workstations (ou estações de trabalho) profissionais são máquinas com alto poder de processamento e de capacidade gráfica, usadas por quem trabalha com projetos de renderização, computação gráfica, animações, big data, machine learning e outros com igual grau de complexidade e especificidade. Apesar de o preço médio ficar na casa dos R$ 15 mil, é comum a venda de equipamentos na faixa entre R$ 20 mil e R$ 30 mil (no caso da venda consultiva, os preços podem superar os R$ 100 mil por máquina). Têm entre seus usuários mais frequentes arquitetos, engenheiros, profissionais da indústria criativa e aqueles ligados aos setores de pesquisa, ciência e desenvolvimento. “Além disso, existe hoje uma brutal produção de conteúdo. Os profissionais das mídias sociais precisam de ferramentas melhores para produzir conteúdos que se destaquem”, diz André.
A pandemia também potencializou o mercado, já que muitos profissionais que usavam os computadores dos escritórios precisaram comprar suas próprias máquinas para trabalhar em casa. As workstations correspondem a uma pequena fatia do mercado mundial de computadores, menos de 8% do total. Mas a demanda vem aumentando ano a ano (deve chegar a US$ 100 bilhões de dólares até 2030) puxada pela crescente procura por computadores cada vez mais inteligentes nos mais diversos setores. Curiosamente, os grandes players pouco exploram essa vertente: na Dell, as workstations representam 3% das vendas; na HP, 3,31%; e na Lenovo, 1,65%. Esses números mostram que existe uma clara oportunidade para novos entrantes. Sinalizam também que aqueles que aderirem a esse universo o quanto antes crescerão mais e mais rápido.
Dividindo o bolo
No final de 2020, os irmãos participaram de um programa de captação de investimentos da Kria, plataforma que opera como fundo de investimentos no modelo de equity crowdfunding. Em poucos dias, levantaram cerca de R$ 2 milhões e iniciaram o processo de expansão do portfólio, do espaço físico e da equipe. Em plena pandemia, a Razor mudou-se para uma planta maior, aumentou a capacidade produtiva para 25 mil máquinas por ano e viu o faturamento saltar 140%, chegando a R$ 22 milhões em 2021. Para 2022, está prevista a entrada no mercado de notebooks, a ampliação das vendas por e-commerce próprio e a consolidação da marca como referência entre o público profissional de alta performance no Brasil. Para acelerar o pro-cesso, iniciou outra rodada de captação (também no formato equity crowdfunding) que já conta com mais de 200 investidores.
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