No mundo, a indústria de games já movimenta, segundo a Accenture, mais de US$ 200 bilhões, e a tendência de alta se mantém. No entanto, essas receitas não têm como origem apenas os consoles, jogos e acessórios. A cultura e o lifestyle vêm gerando cada vez mais oportunidades. Na moda, os jogos eletrônicos se tornaram um elemento importante de inspiração e negócios. Hoje (12), por exemplo, a Lojas Renner lança uma linha exclusiva para gamers em parceria com a Playstation.
Fernanda Feijó, diretora de estilo da Lojas Renner, explica que o projeto é 100% digital, inspirada no PlayStation 5 e tanto a concepção como o teste dos produtos foram feitos por meio da utilização de tecnologias de imersão e hiper-realidade. Além de inspirado nos elementos do game, ela também contou com a inspiração do Rap, estilo presente de forma expressiva no mundo dos jogos. A coleção foi feita em parceria com Raphael Pereira, estilista dos principais rappers do Brasil.
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É a segunda coleção da Renner desenvolvida de forma totalmente digital e a primeira da Renner Play, plataforma voltada ao público geek e fã de jogos eletrônicos. “O projeto nasceu do convite para o time da PlayStation e eles também demonstraram o interessa na conexão do estilo streetwear com o universo dos games, que queríamos trazer para esta coleção. Para desenvolver as peças, utilizamos as diretrizes da marca para preservar e reforçar a identidade visual do PlayStation nos produtos criados, direcionando principalmente para as características do último console, mais minimalista e sofisticado”, explica Fernanda.
“Esta não é nossa primeira experiência com o público gamer. Desde o ano passado, a gente vem desenvolvendo diferentes iniciativas através do universo Renner Play, que é o nosso guarda-chuva de ações dedicadas a quem é apaixonado por jogos eletrônicos, sempre com o digital como pano de fundo. Então sabemos que o público gamer é bem diverso, super conectado e bastante dinâmico”, explica Fernanda.
Ainda de acordo com a executiva, foi perceptível que “os produtos de moda voltados para os gamers geralmente eram simples e básicos e acreditamos que existia um espaço para o fashion. Então, a pergunta que nós fizemos foi: como pensar fashion para o público gamer? Assim, foi essencial trazer tendências para essa coleção, principalmente o streetwear. O universo gamer é um ecossistema muito integrado com o ambiente digital, que está sempre em evolução, e nós estamos acompanhando esta jornada.”
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“A quantidade de entusiastas desse universo aumenta a cada ano, e eles estão dispostos a investir em produtos físicos ou digitais que se conectam com os seus gostos. Nesse sentido, é preciso olhar para eles com atenção, atendendo às suas demandas de uma maneira que gere valor. Toda esta coleção foi pensada priorizando o conforto dos gamers, que costumam jogar durante horas, e também trazendo estilo para o seu dia a dia, para aparecerem em seus streamers diários com as referências do console PlayStation 5. Nosso objetivo foi unir moda, conexão e inovação”, pontua.
Balenciaga e Fortnite
A Balenciaga é outra marca que vem apostando no mundo dos games e metaverso. Em junho, a marca deu mais um passo em direção ao metaverso sendo uma das primeiras a disponibilizar roupas personalizadas para os avatares da plataforma da Meta. O anúncio foi feito por Mark Zuckerberg, CEO e Eva Chen, diretora de parcerias de moda da Meta. Juntamente com a Balenciaga estão as marcas Prada e Thom Browne e, inicialmente, os itens serão testados nos Estados Unidos, Canadá, México e Tailândia. “Itens virtuais representam uma maneira importante de expressão pessoal no metaverso e um relevante fomentador da economia criativa. Nós adicionaremos mais marcas e levaremos isso para a realidade virtual em breve”, disse Eva Chen.
Em março deste ano, a Balenciaga já havia participado, junto com dezenas de outras marcas do Metaverse Fashion Week, desfile de moda virtual realizado na plataforma Decentraland e liderado pela brasileira Giovanna Graziosi Casimiro. “Existe uma oportunidade para marcas expandirem sua identidade para além dos limites do espaço físico. Também, pela primeira vez, consumidores são capazes de construir coisas juntamente com marcas transformando o processo criativo em algo verdadeiramente interativo e com maior chance de sucesso. Vejo na Web3 uma oportunidade para designers expandirem suas narrativas, explorarem novas estéticas, gamificar seus produtos e convidar os consumidores para interagirem em primeira pessoa em um mundo desenvolvido para eles”, disse Giovanna à Forbes Brasil.