Na esteira da crise vivida pelas criptomoedas, o chamado inverno cripto, os NFTs também estão sofrendo os impactos. O volume de vendas da OpenSea, maior marketplace de compra e vendas de tokens do mundo, caiu de US$ 2,6 bilhões, em maio, para US$ 700 milhões em junho. No mês de janeiro, esse volume era de US$ 5 bilhões.
De acordo com especialistas, o mercado de NFTs entrou em colapso junto com as criptomoedas, que normalmente são usadas para pagar os tokens, em um momento em que os bancos centrais aumentam juros para combater a inflação, reduzindo o apetite dos investidores por risco. O Bitcoin, por exemplo, uma das criptomoedas mais negociadas teve desvalorização de 57% no primeiro semestre, enquanto o Ether caiu 71%.
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Caroline Nunes, CEO e fundadora da InspireIP, plataforma de propriedade intelectual criada para facilitar o registro de marcas, direitos autorais e patentes no Brasil usando a tecnologia blockchain, explica que o chamado inverno cripto vem impactando diretamente os NFTs.
“Estamos passando por um dos piores invernos crípto dos últimos tempos, e isso vêm impactando o valor da maioria das coleções de NFTs. Os números dos últimos meses estão assustadoramente baixo se compararmos aos US$ 12,6 bilhões de janeiro deste ano. No entanto, é importante que as pessoas entendam que o ciclo de produtos que utilizam tecnologia blockchain, como é o caso dos NFTs, independe do ciclo de finanças”, explica Caroline.
Instabilidade no médio prazo
Ainda de acordo com Caroline, os NFTs vão continuar a ser impactados pelas altas e baixas do universo cripto enquanto forem vistos como meio de investimento, como colecionáveis. “Mas NFTs possuem um potencial muito maior, não como fim em si mesmos, mas como uma tecnologia capaz de revolucionar o mercado em diferentes setores, como a indústria de ingressos ou a indústria de música, por exemplo. Esse não é o fim da Web3, como muitos estão dizendo. Talvez seja um momento para pararmos para refletir e amadurecer projetos que utilizem blockchain, usando casa vez mais os NFTs como instrumentos para aprimorar o mercado, e um pouco menos como meios de investimento a curto prazo”, explica.
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“Esse é um momento importante para que o mercado da web3 fique mais sóbrio, focando em construir soluções que se mostrem sólidas a longo prazo. De qualquer forma, inevitavelmente o mercado de NFTs vai tropeçar com a queda das criptomoedas, já que muitos investidores acabaram de perder uma boa parte de sua riqueza, mas a perspectiva de longo prazo ainda é otimista. O inverno nunca dura para sempre”, conclui Caroline.
NFTs além do valor comercial
Para Pedro Henrique de Lima, CEO e Founder da PurpleCats, banco digital do Brasil que permite fazer compras com criptomoedas sem taxa de conversão, é importante olhar o NFT além do valor comercial. “Além da especulação e visão de investimento, pois eles possuem uma aplicação muito mais abrangente e uma capacidade enorme de conexão do criador com o seu público. Talvez o caso mais recente seja o de Milton Nascimento, utilizando NFT para eternizar sua última turnê. Esse ingresso, tem uma história, assim como quem coleciona tampinha de garrafa, figurinhas da copa etc., existe um valor intrínseco e isso na minha visão é o verdadeiro valor de um NFT”, explica.
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“Eu vejo a “crise” das criptomoedas como uma oportunidade para novos projetos e também para novos entrantes do mercado. Falando especificamente dos projetos de NFTs, essa queda do mercado fez com que muitos ficassem com medo e também criassem teorias de que a “bolha estourou”, na verdade o que está acontecendo é que com essa baixa estamos vendo os projetos que são mais consistentes e possuem um fundamento e uma utilidade”, destaca Pedro reforçando que este é o “momento para aqueles artistas que querem se lançar no mercado ou para aquela empresa que tem uma campanha de marketing ousada, ou seja, o medo da crise é o que limita o artista.”
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