Já temos entre nós as tendências tecnológicas estratégicas apontadas pelo Gartner para 2023. São direcionamentos construídos em torno de três temas: otimizar, dimensionar e ser pioneiro. E, para tanto, temos que avaliar algumas dessas tendências que estão aí. Já sabemos que o metaverso está no centro das atenções, mas ainda não é uma realidade instalada. Ele é, basicamente, a materialização de um importante ativo digital. Ou seja, é quando se aproxima o momento em que não teremos distinção entre o físico e o digital. É a maximização do phygital. Ainda é um mundo desvirtualizado, há um building do metaverso. Ele é, por exemplo, como era a internet no passado, e que hoje vai além de ser um buscador, é muito maior que isso.
Podemos dizer que segue a mesma lógica. Vamos ter hiper-realidade, vamos ter mundos virtuais, vai ser a materialização e hiper conectividade, e, com isso, teremos a democratização de tudo para nos conectarmos em qualquer coisa. Para alcançar esse propósito, temos que ter uma infraestrutura tecnológica forte, que suporte tudo isso, com a utilização do 5G. Temos que emplacar vários componentes para que a modalidade apareça e ganhe força. Neste caso, as empresas terão que construir capacidades para estarem preparadas para o metaverso e não sairem criando mundos virtuais, mas terem uma estratégia apropriada para proporcionar uma experiência de fato para os novos consumidores que são nativos digitais de verdade. Cabe a nós apoiar com aceleradores para construir os degraus para chegar ao metaverso.
Sustentabilidade também será ainda mais valorizada por todos nós. Ela não é só uma tendência, já é uma realidade. Temos um desafio de extrair recursos para poder subsistir como humanidade, e isso não pode ser algo superficial. É a responsabilidade de operar com lógicas diferentes para trazer mais sustentabilidade no futuro, ou seja, temos que construir o futuro que vamos ter.
E o tema sustentabilidade, claro, começa com o ESG (Environmental, Social, and Governance). As empresas precisam criar estratégias sobre como trabalhar os ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) que atuam nessas três dimensões. É preciso auxiliar as empresas na cocriação da estratégia e também na implementação das soluções, por meio do desenvolvimento desse propósito, criando objetivos estratégicos. Tudo isso dentro de uma lógica de trabalho, que é uma lógica organizacional, desenhando e identificando os atributos para então desdobrar as iniciativas para as siglas E, S e G. Com isso, será possível, por exemplo, entender a transição energética e toda a visão de mitigação de impactos ambientais, a partir da aplicação de soluções industriais de operação analítica e também preditiva para poder trabalhar noção integrada de forma diferente.
Leia mais: A marca fala, a audiência questiona
Também podemos associar as regras de LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), com a responsabilidade de uso dos dados, por exemplo, em cibersegurança, não só mitigando, mas também protegendo a operação para evitar qualquer potencial impacto que possa surgir.
Falamos muito em observabilidade, mas isso não se aplica só para dados. É uma realidade que atua em todo o processo de transformar e dialogar. É entender esses insights, trazer inteligência, a partir desses dados, para que tenhamos no contexto e, a partir disso, reagir e poder tomar melhores decisões. É na observabilidade que temos componentes como disponibilizar esses dados com a visão data driven nas organizações. Assim, podemos ajudar a criar uma engenharia de dados que suporte isso e prepare as pessoas da organização para que elas adquiram a cultura de dados suficiente para poder criar o ambiente de observabilidade para ter os dados qualificados. Com essas ações é possível usar toda a inteligência para ter iniciativas muito mais customizadas, que permitem entregar valor, seja para minha cadeia, seja para os stakeholders ou para os clientes.
Já no caso dos sistemas imunes digitais, o objetivo é proteger nossa cadeia de valor, avaliando como podemos transacionar e nos relacionar de forma segura. Seremos cada vez mais digitais e precisamos dar garantias a essa jornada empresarial contínua, que permita entender quais são as fragilidades, que não são só tecnológicas, também são humanas, são processos de guarda desses sistemas. Precisamos conseguir mitigar essas dificuldades potenciais, tanto humanas quanto tecnológicas e, a partir disso, também criar um contexto que, em caso de o sistema ser atacado, consigamos recuperá-lo rapidamente, uma vez que sistema imune é aquele que se autorrecupera. Vamos ter tecnologias que se autorrecuperam, mas também temos que ter formas de gestão para ajudar nessa recuperação.
Enfim, as alternativas para vislumbrarmos um futuro próximo, com todas as tendências ativadas, são inúmeras e estão aí para explorarmos no mundo corporativo.
Marcelo Ciasca é CEO da Stefanini Brasil
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.