Novas imagens tiradas pelo Telescópio Espacial Hubble dos planetas gigantes gasosos Júpiter e Urano foram publicadas, mostrando condições climáticas interplanetárias intrigantes.
Tiradas pela Wide Field Camera 3 do Hubble como parte do programa anual Outer Planet Atmospheres Legacy (OPAL), as novas imagens de Júpiter, tiradas em novembro de 2022 e janeiro de 2023, mostram a famosa “Grande Mancha Vermelha” do planeta, uma tempestade anticiclônica com aproximadamente o diâmetro de Terra. No entanto, também mostram uma onda de ciclones e anticiclones se movendo no sentido horário e anti-horário, todos os quais apareceram nos últimos 10 anos.
Na imagem acima (imagem principal deste artigo), é possível ver a lua alaranjada de Júpiter, Io – o corpo mais vulcânico de todo o sistema solar –, enquanto ela transita pelo planeta gigante para lançar uma sombra escura sobre o topo de suas nuvens coloridas. Também é visível abaixo, na imagem à esquerda.
À direita desta imagem (acima) você pode ver a Grande Mancha Vermelha. Uma tempestade de 400 anos que costumava ter o dobro do tamanho da Terra, mas que encolheu ligeiramente, está rolando no sentido anti-horário entre duas faixas de nuvens que se movem em direções opostas. Os ventos internos sopram a 683km/h.
Na imagem à direita, você pode ver a lua gelada de Júpiter, Ganimedes, transitando pelo planeta gigante. É a maior lua do sistema solar – ainda maior que o planeta Mercúrio e o planeta anão Plutão – e é a única lua conhecida por ter um campo magnético.
No próximo mês, a espaçonave JUICE da Europa (Jupiter Icy Moons Explorer) será lançada para eventualmente orbitar Ganimedes, embora a jornada demore oito anos.
Perto da Grande Mancha Vermelha está o Grande Verme Vermelho – no canto superior direito da enorme tempestade nesta imagem -, um vórtice avermelhado em forma de salsicha girando na direção oposta. Os ovais brancos abaixo e atrás de Ganimedes são anticiclones – versões menores da Grande Mancha Vermelha.
Enquanto isso, Urano – também capturado pelo Hubble – exibe uma crescente calota polar de neblina de grande altitude. Parece um pouco com a poluição atmosférica sobre uma cidade. Você pode vê-lo crescendo nessas duas fotos acima, de novembro de 2014 e novembro de 2022, respectivamente.
Urano leva 84 anos para orbitar o Sol, mas gira de lado, então, por até meio ano (igual a 42 anos terrestres), grandes partes de um hemisfério ficam completamente escondidas da luz solar. Essas imagens do Hubble mostram o polo norte de Urano inclinando-se em direção ao Sol, enquanto a sonda Voyager 2 da NASA – que conduziu um sobrevoo na década de 1980 – fotografou seu polo sul.
Assim como Júpiter e Urano, o projeto anual OPAL estuda a dinâmica atmosférica e a evolução de Saturno e Netuno. Ele usa a Wide Field Camera 3 (WFC3) de 16 megapixels do Hubble para criar os mosaicos de planetas em 360° que você vê aqui.
*Jamie Carter é jornalista especializado em ciência e tecnologia. É colaborador da Forbes USA.
(traduzido por Andressa Barbosa)