Em 3 de abril de 1973, Martin Cooper, atualmente com 94 anos, inventou aquele que é considerado o primeiro celular: Motorola_DynaTC8000X. À época, o executivo liderava a equipe de designers e engenheiros da Motorola. Das diversas entrevistas que deu sobre o tema, Martin ressaltou que o celular surgiu da necessidade de que existisse um aparelho que as pessoas pudessem utilizar em qualquer lugar. Em 2007, 34 anos depois, uma nova revolução surgiria dentre esses equipamentos com a apresentação do iPhone ao mundo.
Ao relembrar os 50 anos do celular, fica um questionamento: até quando o principal meio de comunicação da humanidade seguirá tão relevante? De acordo com a Comscore, somente o Brasil possui 121 milhões de usuários de smartphones, o equivalente a 93% da população digital brasileira. “Eles estão gastando mais tempo em seus dispositivos, com um aumento de 3% no tempo gasto em aplicativos móveis em relação ao primeiro trimestre de 2022; maioritariamente nas redes sociais e serviços”, explica Alejandro Fosk, vice-presidente da Comscore para América Latina.
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Segundo o executivo, é provável que esta tendência continue no futuro à medida que os smartphones se tornam ainda mais essenciais para a vida diária. “Com os avanços da tecnologia, como redes 5G e telas dobráveis, espera-se que os smartphones se tornem ainda mais poderosos e versáteis, transformando potencialmente a maneira como nos comunicamos, trabalhamos e nos divertimos”, destaca Alejandro.
O fim do celular?
Em 2018, a futurista americana Amy Webb profetizava no SXSW, um dos maiores eventos de inovação do mundo, que aquele era o ano que marcava o “início do fim da era do celular” condicionando aos wearables, até então uma tecnologia promissora. “Por mais que muitos tenham interpretado como o fim do celular, o recado era diferente. Assim como o celular tirou o protagonismo do computador pessoal e passou a ser o aparelho com mais acesso à internet do mundo, tudo indica que o celular vai perder o seu protagonismo em um mundo totalmente conectado. Isso porque os sensores, a inteligência artificial, a computação em nuvem, telas e outras interfaces como voz, biometria entre outros, não dependerá mais de um aparelho e uma tela”, analisa Cleber Paradela, professor de Futurismo Tecnológico da pós de Inovação da ESPM.
“Alguns anos atrás tentavam prever quanto tempo o celular continuaria na mão das pessoas antes de virar um relógio, ou um óculos, mas hoje com esse quinquagenário digital ainda em alta vale mesmo é lembrar que até o relógio de bolso, que tem quase a idade do Brasil, continua no bolso, só que agora em outra forma, dentro do celular. O celular não é só um dispositivo, é uma fusão de ferramentas variadas que trazemos na ponta dos dedos e, não importa quais metamorfoses passe nos próximos 50 anos, continuará de uma forma ou de outra fazendo parte do cotidiano das pessoas. Interessante observar que a rotina de atualização por um novo aparelho diminuiu nos últimos anos, além da economia circular e do momento financeiro do país muitos consumidores já não enxergam as novidades como úteis para o seu dia a dia, é preciso criar novas situações que estimulem essa troca”, afirma Ligia Mello, fundador da Hibou Monitoramento e Consumo.