Pessoas jovens e usuários frequentes da internet são mais propensos a cair em fake news, enquanto pessoas mais velhas e consumidores de mídias tradicionais conseguem identificar manchetes reais com mais facilidade. A constatação foi de um estudo desenvolvido por psicólogos da Universidade de Cambridge ao longo de dois anos. O teste foi usado pela organização de pesquisas YouGov com 1.516 americanos para medir a suscetibilidade das pessoas a acreditar em notícias falsas.
Os pesquisadores retiraram 10 manchetes reais de veículos classificados como relativamente imparciais por um banco de dados online, como Reuters e Pew Research Center, e usaram o ChatGPT para escrever 10 versões falsas, que os pesquisadores esperavam reduzir o viés.
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Sem considerar recortes geracionais, os americanos podem identificar uma manchete como real ou falsa em 65% das vezes. Os participantes de 18 a 29 anos obtiveram uma pontuação alta (16 ou mais manchetes identificadas corretamente) apenas 11% das vezes e receberam uma pontuação baixa (10 ou menos manchetes identificadas corretamente) 36% das vezes.
Aqueles com 65 anos ou mais se saíram bem melhor – receberam uma pontuação alta em 36% dos testes e uma pontuação baixa em 9% dos casos.
As pessoas que gastam 9 horas ou mais de lazer on-line todos os dias obtiveram uma pontuação alta em apenas 15% das vezes, enquanto aquelas com 0 a 2 horas por dia de uso recreativo da internet obtiveram uma pontuação alta em 30% dos testes.
Aqueles que têm as mídias sociais como a principal fonte de notícias se saíram pior do que aqueles que usaram fontes herdadas: 53% dos que receberam notícias do Snapchat obtiveram pontuações baixas, enquanto a plataforma de mídia social do ex-presidente Donald Trump, Truth Social, foi a segunda pior, com 45%, seguida pelo WhatsApp com 44%, TikTok com 41% e Instagram com 38%.
“Quando precisávamos de um conjunto de manchetes convincentes, a IA gerou milhares de manchetes falsas em questão de segundos. Como pesquisadores dedicados a combater a desinformação, foi revelador e alarmante”, disse Rakoen Maertens, psicólogo da Universidade de Cambridge e principal autor do MIST.