Evidências geofísicas sugerem que a maior estrutura de impacto conhecida do mundo está enterrada nas profundezas do Outback da Austrália. Entre 1995 e 2000, o geólogo Tony Yeates indicou que os padrões magnéticos sob a Bacia de Murray, em Nova Gales do Sul, provavelmente representavam uma enorme estrutura de impacto enterrada.
5 asteroides gigantes que passaram próximos à Terra recentemente:
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Piano de cauda
Há um ano, em março de 2022, o asteroide 2022 EB5 atingiu o oceano. Ele media 2 metros de largura e foi comparado a um piano de cauda em equivalência de tamanho.
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O maior edifício do mundo
O 2022 RM4, que passou próximo à Terra em outubro do ano passado, foi comparado, em tamanho, com o Burj Kalifa, prédio com 828 metros de altura localizado em Dubai.
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Do tamanho de uma girafa
No mês de janeiro, o 2023 BU, que mede de 3,8 a 8,5 metros de largura, o equivalente a uma girafa, esteve a 9.877 quilômetros do centro da Terra.
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Do tamanho de uma casa
Em março, o 2023 EY passou a apenas 240 mil quilômetros da Terra. Isso é um pouco menos de dois terços da distância Terra-Lua.
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Um grupo de asteroides
Também em março, pouco mais de cinco corpos rochosos passaram perto do planeta sendo que o mais próximo ficou a 3,5 milhões de quilômetros.
Piano de cauda
Há um ano, em março de 2022, o asteroide 2022 EB5 atingiu o oceano. Ele media 2 metros de largura e foi comparado a um piano de cauda em equivalência de tamanho.
Agora, uma nova análise de dados geofísicos coletados entre 2015 e 2020 confirmou a existência de uma estrutura de 520 quilômetros de diâmetro enterrada sob 4.000 metros de sedimentos. Isso excede o tamanho da estrutura de impacto Vredefort de quase 300 quilômetros de largura na África do Sul, que até o momento foi considerada a maior cratera de impacto do mundo. Com base na forma, os autores do novo estudo sugerem que essa estrutura subterrânea – batizada pelos autores de Deniliquin em homenagem à cidade vizinha homônima – representa os restos de um impacto antigo.
As leituras magnéticas da área mostraram um padrão concêntrico e simétrico provavelmente produzido por temperaturas extremamente altas. Esse padrão é atravessado por anomalias magnéticas, interpretadas pelos pesquisadores como fraturas que irradiam do ponto de impacto e diques de rochas derretidas injetadas em fraturas em um leito rochoso pré-existente.
Uma pesquisa sísmica também mostrou uma cúpula central, característica de grandes crateras de impacto. O impacto do meteorito empurrou o solo para baixo, mas a Terra se recuperou, formando a elevação central do tamanho de uma montanha.
Com base nos sedimentos que cobrem a estrutura, os pesquisadores acreditam que um meteorito atingiu a Terra perto do Equador cerca de 500 milhões de anos atrás.
Para confirmar a origem e a idade da estrutura Deniliquin, os cientistas precisarão recuperar amostras de rochas de dentro da cratera. Evidências geológicas, como minerais formados apenas sob condições extremas de impacto de um meteorito ou padrões característicos de fratura de rocha (como cones quebrados) poderiam provar definitivamente a hipótese do impacto.
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Cerca de 200 crateras de impacto terrestre são conhecidas atualmente . Mais da metade está localizada na Europa, América do Norte e Austrália. As idades da grande maioria das estruturas de impacto preservadas são inferiores a 200 milhões de anos, e as estruturas menores que 5 quilômetros estão muito subrepresentadas. As distribuições observadas dos tamanhos e idades das crateras foram influenciadas por processos pós-impacto. A erosão tende a destruir ou enterrar rapidamente as crateras (especialmente as menores) em áreas tectônicas ativas, como perto de zonas de falha ou no fundo do mar. As crateras de impacto são melhor preservadas dentro dos núcleos estáveis dos continentes, como os crátons canadense, fennoscandiano e australiano.
O estudo ” Geophysics and origin of the Deniliquin multiple-ring feature, Southeast Australia ” foi publicado na revista Tectonophysics (2023). Material adicional fornecido por Andrew Glikson para The Conversation.
*David Bressan é um geólogo autônomo que trabalha principalmente nos Alpes orientais.
(traduzido por Andressa Barbosa)