O órgão regulador antitruste do Reino Unido disse nesta sexta-feira (8) que vai analisar se deve lançar uma investigação sobre a parceria multibilionária da Microsoft com a OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, avaliando as operações da gigante de software dos Estados Unidos pela segunda vez neste ano.
A análise considerará se a parceria resultou em uma “aquisição de controle”, informou a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês).
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É a segunda vez neste ano que o órgão regulador analisa as questões de concorrência relacionadas às operações da gigante norte-americana de software. A CMA disse que estará analisando se a parceria com a OpenAI resultou na criação de uma situação de fusão, antes de decidir sobre qualquer investigação oficial.
“Recentemente, houve uma série de desenvolvimentos na governança da OpenAI, alguns dos quais envolveram a Microsoft”, disse a CMA.
“À luz desses desenvolvimentos, a CMA está agora emitindo um ITC (Convite para Comentário) para determinar se a parceria Microsoft/OpenAI, incluindo os desenvolvimentos recentes, resultou em uma situação de fusão relevante e, em caso afirmativo, o impacto potencial sobre a concorrência.”
A velocidade com que o uso da tecnologia de inteligência artificial está crescendo é incomparável na história econômica, enquanto os avanços em modelos de base poderosos, como o que sustenta o ChatGPT, significam que este é um momento crucial no desenvolvimento dessa tecnologia transformadora, disse a CMA.
A mudança ocorre após um anúncio em novembro de que a Microsoft, que se comprometeu a investir mais de US$ 10 bilhões na OpenAI, assumirá uma posição sem direito a voto no conselho da empresa. Isso ocorreu após uma tumultuada batalha na diretoria, que viu a repentina saída e o retorno do presidente-executivo e fundador da OpenAI, Sam Altman.
A Microsoft possui 49% da empresa, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto. A OpenAI tem uma controladora sem fins lucrativos que detém 2%, disseram essas fontes.
“A única coisa que mudou é que a Microsoft agora terá um observador sem direito a voto no conselho da OpenAI, o que é muito diferente de uma aquisição como a compra da DeepMind pelo Google no Reino Unido”, disse o presidente da Microsoft, Brad Smith, em um comunicado, criticando seu principal rival.
Ele disse que a empresa trabalhará em estreita colaboração com a CMA. A OpenAI não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A posição de observador significa que o representante da Microsoft pode participar das reuniões da diretoria da OpenAI e acessar informações confidenciais, mas não tem direito a voto em questões que incluem a eleição ou escolha de diretores.