Conheça 5 mulheres líderes em tecnologia e inovação no Brasil

Google, Intel, SAP, Positivo e Visa contam com a liderança feminina para potencializar os negócios

Caroline de Tilia

Divulgação/SAP
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“Pensamos que devemos ocupar a liderança quando estamos 100% preparadas. Mas a verdade é que nunca estamos totalmente prontas”, afirma Adriana Aroulho, presidente da SAP no Brasil.

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Inúmeras pesquisas já comprovaram a eficiência de mulheres em cargos de liderança. Recentemente, a consultoria McKinsey divulgou que empresas diversas em termos de gênero têm uma tendência financeira 25% melhor do que seus pares. Entretanto, no Brasil, mulheres ainda são minoria em empresas de tecnologia e, principalmente, em cargos de liderança.

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O IBGE divulgou no dia 8 de março de 2024 que apenas 39,3% dos cargos gerenciais no país são ocupados por mulheres. O gênero feminino só é maioria nas áreas de educação (69,4%) e saúde humana e serviços sociais (70%).

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Apesar dos desafios, Google, Intel, SAP, Positivo e Visa contam com a liderança feminina para potencializar os negócios. E essas cinco líderes trabalham diariamente para mudar o cenário desfavorável para mulheres na tecnologia.

Conheça 5 mulheres líderes em tecnologia e inovação:

  • Divulgação/SAP

    Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil

    Formada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, Adriana Aroulho assumiu a presidência da SAP no Brasil em agosto de 2020, após mais de 20 anos trabalhando com empresas de tecnologia. “Quando ainda estava na faculdade, surgiu um estágio na HP, em Sociologia, algo incomum no final dos anos 90. Depois de mais de duas décadas, eu entrei na SAP, em 2017, como vice-presidente de plataforma tecnológica”, conta Aroulho.

    Atualmente, 38% do quadro de funcionários da SAP no Brasil é composto por mulheres, sendo 31% em posições de liderança. “Quando fui para a SAP, meu desejo de aprender e fazer mais pela diversidade, que é um elemento fundamental para a inovação, só cresceu”, explica a presidente.

    A empresa também criou uma solução tecnológica para ajudar o mercado a detectar possíveis desigualdades salariais entre homens e mulheres dentro de sua ferramenta “SAP SuccessFactors”.

    Para encerrar, Adriana deixa alguns recados para mulheres que desejam atuar na tecnologia: “Estude e busque ao máximo o aprendizado. Seja persistente e resiliente. Nos tornamos melhores quando nos preparamos, ouvimos atentamente e experimentamos.”

  • Divulgação/Intel

    Gisselle Ruiz Lanza, diretora geral da Intel para América Latina

    Nascida em Barcelona, Gisselle começou sua carreira na terra natal de seus pais, a Argentina. “Quando me chamaram para trabalhar com tecnologia, ainda como estagiária, pensei que o desafio combinava com o que acredito: essa área tem o poder de transformar a vida das pessoas.” 

    A executiva está na Intel há mais de duas décadas, tendo passagens pelos escritórios da empresa na Argentina, México e Brasil. “Eu imaginava ficar de dois a três anos no Brasil, mas eu estava perto da minha família na Argentina e o Brasil era o país com o maior mercado da região e estava em plena expansão, então decidi ficar.”

    No momento, os maiores desafios de Ruiz estão ligados à priorização do desenvolvimento da América Latina e a promover de maneira assertiva a tecnologia como força para o bem. “Profissionais treinados podem criar iniciativas que usam tecnologia para resolver desafios da comunidade e fortalecem o setor como um todo.”

    Ao descrever sua trajetória, a diretora geral da Intel no Brasil proporciona ensinamentos valiosos: “Durante toda minha carreira sempre procurei conhecer minhas fortalezas e fraquezas. O autoconhecimento é extremamente. No entanto, não podemos deixar que a autocrítica nos limite. Eu não me defino pelos fracassos, nem pelas conquistas, e sim pelo trabalho entregue.”

  • Divulgação/Google

    Fernanda Jolo, diretora de engenharia de clientes de IA do Google Cloud para América Latina

    A paixão pelas ciências exatas e a curiosidade por computadores estimulou Fernanda Jolo a iniciar a graduação em Estatística na Unicamp. “Durante a universidade, me envolvi com a empresa júnior, o que foi um ponto de virada ao me aproximar do mundo corporativo”, comenta.

    O percurso até chegar ao Google não foi fácil. A executiva diz que não via referências femininas ao seu redor e, logo no início da carreira, precisou mudar de país: “Aos 26 anos, me mudei para o Chile e depois para o México. Nesse começo, foi especialmente desafiador liderar equipes de homens mais velhos do que eu.”

    Entretanto, a executiva enxerga o passado como potencializador para seu desenvolvimento. “Para superar essas barreiras, decidi investir em um MBA. Aprendi que mostrar vulnerabilidade é um ato de força, não de fraqueza”, conta Fernanda.

    “Na minha atual posição de liderança, os desafios que enfrento evoluíram significativamente. No Google Cloud, somos responsáveis por democratizar as soluções de IA para o setor corporativo — quase 60% das maiores empresas do mundo”, explica Jolo.

    A diretora orgulha-se ao lembrar que, no início de março, “o Google anunciou uma doação de aproximadamente R$ 5 milhões à Fòs Feminista, que trabalhará em um programa de combate à violência de gênero em ambientes virtuais, e R$ 3 milhões para uma iniciativa do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) para capacitar mulheres empreendedoras em ferramentas de IA”.

    “Tenho a convicção de que estou contribuindo para um mundo melhor, adicionando meu grão de areia na busca por uma sociedade que gera oportunidades iguais para todos. E aconselho que as mulheres dediquem-se, participem de comunidades e eventos, fiquem atentas a vagas de emprego e abracem as oportunidades sem medo”, finaliza Fernanda.

  • Divulgação/Visa

    Cristiane Taneze, diretora de inovação da Visa

    A carreira de Cristiane na tecnologia aconteceu por acaso. Formada em administração, um de seus primeiros empregos foi em uma empresa do setor. “Passei por várias áreas, como marketing e produtos. E um dos meus principais desafios foi ser respeitada e reconhecida, justamente porque os colegas homens achavam que eu não entendia do assunto.”

    A descredibilização motivou Cristiane a encorajar outras mulheres na tecnologia. Atualmente, como diretora de inovação da Visa, ela é responsável por projetos de investimentos em startups lideradas por mulheres.

    “Nós reconhecemos a importância de mais mulheres na liderança e trabalhamos para criar oportunidades e suporte para que elas prosperem. Vemos que startups lideradas por mulheres têm resultados melhores”, diz Taneze.

    Olhando para além dos caminhos óbvios, a executiva também vê nos avanços um meio de oportunidades: “A computação em nuvem, a inteligência artificial, tudo isso possibilita uma flexibilidade que é importante para a carreira de mulheres. Se ela tem filhos, por exemplo, é muito mais fácil acessar dados em nuvem do que ter que ir até um data center de madrugada.”

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  • Divulgação/Positivo

    Marielva Andrade Dias, vice-presidente de negócios para instituições públicas da Positivo Tecnologia

    “A tecnologia me transformou. Passei por uma transição de carreira em 1992, quando deixei minha própria empresa para me tornar a 18ª funcionária de uma empresa de tecnologia que hoje possui mais de 4 mil integrantes”, reflete Marielva sobre os primeiros passos de sua jornada na Positivo Tecnologia.

    Além da vice-presidência, a engenheira também ocupa o posto de Conselheira de Administração da Positivo Servers & Solutions, empresa especializada em soluções de infraestrutura de TI, responsável pelo maior supercomputador da América Latina: o Pégasus.

    Para a executiva, as adversidades a prepararam para grandes desafios. “Ao longo dos últimos 32 anos, nunca parei de estudar. Acredito no poder do aprendizado contínuo. Uma das minhas motivações é acreditar que nós, seres humanos, somos capazes de qualquer coisa.”

    E, mesmo com as preocupações sobre sobre o papel dos seres humanos em um mundo em transformação pela inteligência artificial, Marielva acredita em uma sociedade com mais mulheres em espaços de liderança: “Espero que as mulheres deixem de acreditar em clichês e se livrem de crenças limitantes.”

Divulgação/SAP

Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil

Formada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, Adriana Aroulho assumiu a presidência da SAP no Brasil em agosto de 2020, após mais de 20 anos trabalhando com empresas de tecnologia. “Quando ainda estava na faculdade, surgiu um estágio na HP, em Sociologia, algo incomum no final dos anos 90. Depois de mais de duas décadas, eu entrei na SAP, em 2017, como vice-presidente de plataforma tecnológica”, conta Aroulho.

Atualmente, 38% do quadro de funcionários da SAP no Brasil é composto por mulheres, sendo 31% em posições de liderança. “Quando fui para a SAP, meu desejo de aprender e fazer mais pela diversidade, que é um elemento fundamental para a inovação, só cresceu”, explica a presidente.

A empresa também criou uma solução tecnológica para ajudar o mercado a detectar possíveis desigualdades salariais entre homens e mulheres dentro de sua ferramenta “SAP SuccessFactors”.

Para encerrar, Adriana deixa alguns recados para mulheres que desejam atuar na tecnologia: “Estude e busque ao máximo o aprendizado. Seja persistente e resiliente. Nos tornamos melhores quando nos preparamos, ouvimos atentamente e experimentamos.”