Zaika dos Santos participa do primeiro episódio da série Mentes da Tecnologia, produzida por Forbes Tech

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Aos 9 anos, a mineira Zaika dos Santos foi inscrita pela mãe em um curso de datilografia. Na época, um repertório fundamental para qualquer jovem. Em pouco tempo, Zaika fez curso de secretariado, somou tudo isso ao campo das artes, área em que sua mãe também é apaixonada, e tornou-se uma profissional de múltiplos talentos. Neurodiversa, Zaika afirma que esse lado a ajudou a ser imersiva e ampliar seu repertório sobre tecnologia a partir do hiperfoco.

Toda essa mescla de vivências formam, atualmente, uma profissional que se define como cientista de dados, multi-artista, curadora de arte digital, designer, engenheira de prompt e especialista em inteligência artificial, além de estudiosa no campo de tendências e movimentos especulativos negros. Zaika é fundadora de iniciativas como o Afrofuturism Art and STEM e o Salto Sound System.

“Dentre esses movimentos especulativos estão o afrofuturismo, o afropessimismo, afropresentismo, humanidades digitais negras e uma série de outros elementos que mesclam tecnologia e ancestralidade”, diz Zaika, que participa do primeiro episódio da série Mentes da Tecnologia, produzida por Forbes Tech cuja primeira temporada terá quatro episódios, falando sobre inteligência artificial, robôs humanoides e tecnologias emergentes.

IA e robôs humanoides
“Eu, sempre quando começo a falar sobre IA, começo pelo mais grave pensamento das pessoas: os robôs humanoides. Os robôs humanoides têm uma relação direto com arte: são esculturas. E quando se fundem com IA se tornam algo ainda mais interessante. O medo sempre esteve associado a novas tecnologias. Uma questão de evolução e multigeracional que é muito natural. Até que as pessoas consigam se entender com a tecnologia, sempre que ela surge existe sempre um local de medo atrelado ao desconhecido. Como lidar com o novo? Com o desconhecido e com os conceitos de inovação? Essas são perguntas que sempre fazemos como especialistas. E inteligência artificial também traz esse medo.”

Medo da tecnologia
“Eu nunca tive medo da tecnologia. Talvez esse medo faça a gente imaginar que uma tecnologia se sobrepõe à outra e dificulta ao pensarmos sobre como uma consegue convergir com outra. A máquina de escrever convergiu com o computador e tudo evoluiu dessa forma. Eu começo a pensar por aí, primeiro, que tipos de linguagens as novas tecnologias trazem e não como que uma nova linguagem substitui e torna a antiga obsoleta. Isso me ajudou a pensar a tecnologia de forma muito mais ampla.”

“O medo sempre esteve associado a novas tecnologias. Uma questão de evolução e multigeracional que é muito natural. Até que as pessoas consigam se entender com a tecnologia, sempre que ela surge existe sempre um local de medo atrelado ao desconhecido.”

O desafio da inovação
“O estudo aprofundado da tecnologia sempre nos faz questionar o que é inovação. Pra mim, inovação não é reinventar a roda, mas trazer funcionalidade, e pensar o que é mais prático e funcional para a sociedade. Também como processo prático de trabalho.”

Cientista de dados
“O profissional cientista de dados tem uma imagem, ainda, de isolamento, não muito social, quando na verdade ele, ou ela, são figuras extremamente importantes para nos entendermos como sociedade. O cientista de dados, inclusive, trabalha de forma colaborativa. Somente um não dá conta dos desafios, vários facilitam muitos dos processos. E essa profissão é fundamental para a maneira como vamos lidar com nosso futuro a partir da tecnologia.”

“Como lidar com o novo? Com o desconhecido e com os conceitos de inovação? Essas são perguntas que sempre fazemos como especialistas. E inteligência artificial também traz esse medo.”

Em quatro episódios toda quarta-feira, a série Mentes da Tecnologia ainda conta com a participação de Luiz Meisler, VP da Oracle, Martha Gabriel, futurista e palestrante e Ricardo Laganaro, CCO da Arvore Immersive e especialista em narrativas imersivas.