A empresa de venture capital Benchmark levantou US$ 425 milhões para o “Benchmark 1”, seu décimo primeiro fundo de investimento em meio ao boom da inteligência artificial, de acordo com uma carta obtida pela Forbes. A empresa planeja fazer cerca de 30 aplicações com a captação, que ainda não terminou.
“Estamos no amanhecer de uma era que fará tudo o que veio antes parecer um prelúdio”, escreveram os parceiros da Benchmark na mensagem, que foi enviada aos parceiros convidados a investir no fundo, disse uma fonte com conhecimento da oferta à Forbes. “Somos um grupo com fome e ambição de construir algo grandioso.”
A Benchmark tem levantado investimentos do mesmo tamanho desde 2013, quando criou o Fundo VIII, embora seu ritmo de captações durante o tempo tenha variado. O mais recente, criado em 2020, terminou “recentemente”, o que significa que levou quatro anos para ser utilizado.
O novo ‘Benchmark 1’, de 2024, é parte de um reinício para a era da IA generativa. Todos os parceiros devem olhar para empresas de IA dentro de suas áreas, como tecnologia de consumo, computação em nuvem ou cripto, relatou uma fonte.
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A companhia já fez vários investimentos em IA, incluindo a Sierra, startup de agentes de IA liderada pelo ex-co-CEO da Salesforce, Bret Taylor; a startup de trabalhadores automatizados 11x, conforme um relatório da Business Insider; a fabricante de placas de circuito de IA Quilter; a fabricante de software jurídico Leya; e o gerador de vídeos HeyGen, na qual Lazarte liderou recentemente uma rodada de US$ 60 milhões.
Além disso, a Benchmark terá um pouco mais de capital para implantar do que o número oficial divulgado. Seu tamanho simbólico, de US$ 425 milhões, não inclui a quantidade considerável de capital que os próprios parceiros da firma investem em seus fundos. Considerando os compromissos dos parceiros gerais, a empresa terá efetivamente mais de US$ 500 milhões para investir.
Modelo Benchmark
Conhecida por aplicações iniciais em empresas como Uber e Twitter, a Benchmark se destacou há muito tempo no Vale do Silício por uma abordagem sob medida, em comparação com rivais que levantaram fundos de vários bilhões de dólares e expandiram consideravelmente o número de membros de suas equipes de investimento. Conforme detalhado em um perfil da Forbes em 2015, ‘O Modo Benchmark’ evita esse crescimento em favor de uma parceria pequena e coesa de quatro a seis investidores que escrevem cheques ocasionais.
O modelo é caro: qualquer investidor contratado pela Benchmark, mesmo no meio de um ciclo de fundo, é incluído na divisão de lucros da firma da noite para o dia, à custa de seus outros parceiros. Mas também se mostrou altamente lucrativo quando funciona. Com um aplicativo de carona chamado Uber, isso significou uma participação inicial de pouco mais de US$ 10 milhões, que se transformou em quase US$ 7 bilhões em 2019.
“Não acreditamos que exista outra firma executando nossa estratégia”, afirmaram os parceiros da Benchmark.
Esse modelo também incentivou a Benchmark a ser deliberada em seu planejamento geracional. Dos cinco parceiros mencionados naquele perfil da Forbes de 2015, apenas Fenton e Vishria permanecem. Os ex-investidores da Lista Midas, Matt Cohler e Mitch Lasky, se afastaram em 2018, enquanto Bill Gurley, outra figura de longa data da lista e o principal investidor da Uber pela firma, parou de fazer investimentos em 2020. Tavel, por sua vez, juntou-se em 2017 e Puttagunta no ano seguinte. O mais recente parceiro contratado foi o empreendedor brasileiro de jogos Victor Lazarte, que se juntou em 2023.
Eles deveriam ser acompanhados pelo investidor Miles Grimshaw. Mas em março, Grimshaw retornou à Thrive, em grande parte porque queria investir de forma mais flexível em diferentes estágios e tamanhos de cheques do que era possível dentro da estrutura rígida do portfólio da Benchmark, de acordo com três fontes do setor.