O termo sideloading é utilizado para determinar o ato de instalar ou baixar um aplicativo de uma fonte externa. Algo, atualmente, que não ocorre, por exemplo, no sistema iOS, da Apple. No entanto, a empresa vem sendo pressionada no Brasil, desde 2022, após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinar, a partir de uma queixa do Mercado Livre, que ela permita a liberação do pagamento de terceiros na Apple Store e também o sideloading.
Em outras palavras, o processo do Cade exige, sob pena de multa diária de R$250 mil, que a Apple abra o seu ecossistema. Decisão semelhante ocorreu na Europa após a União Europeia aprovar a Lei de Mercados Digitais e exigir que a empresa passasse a permitir o sideloading. O principal argumento é de que, ao manter seu ecossistema fechado, a Apple agiria de forma anticompetitiva.
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Diante da situação, uma equipe da App Store esteve no Brasil, na semana passada, para conversar com vários agentes do mercado e expor os riscos de abrir o ecossistema. A Apple afirma que a App Store é responsável por mais de 275 mil empregos no país e que esse impacto cresceu em 56% nos últimos anos.
De acordo com a Apple, são inúmeros os riscos de abrir o ecossistema. Começando, por exemplo, com o aumento da possibilidade de ataques. “Isso expandirá o universo de técnicas de ataques presentes no iOS, o conjunto de usuários visados e o número de cibercriminosos. Apoiar o sideload reduziria o custo de realização de ataques ao iPhone, incentivando agentes mal-intencionados”, diz o texto distribuído pela empresa a jornalistas.
A Apple também argumenta que mesmo os usuários que não querem fazer o sideload também estariam em risco com a decisão. “Eles podem ser forçados a transferir um app de que precisam para o trabalho, para a escola ou para inclusão social, caso o aplicativo não esteja disponível na App Store. Além disso, cibercriminosos e hackers podem induzir os usuários a fazer o sideload de um aplicativo sem, saber, imitando a aparência da App Store ou promovendo acesso gratuito ou expandindo a serviços ou recursos exclusivos.”
A empresa reforça que, considerando o volume de tráfego dos usuários do iPhone a situação se torna ainda mais delicada. Em muitos países, os usuários têm, em média, mais de 90 aplicativos instalados em seus aparelhos, e os usuários do iOS baixam quase 50% mais apps do que há cinco anos. O que tornaria cada aplicativo transferido uma ameaça.”