Nesta quinta-feira (27), a Amazon Web Services divulgou um chip de computação quântica com tecnologia capaz de reduzir em até cinco anos os esforços da companhia para construir um computador quântico comercialmente viável.
O chip, chamado Ocelot, é um protótipo que tem apenas uma pequena fração do poder de computação necessário para criar uma máquina útil. Mas, assim como seus rivais, a Amazon acredita que finalmente encontrou uma tecnologia que pode ser transformada em uma máquina funcional, embora ainda não tenha definido uma data para isso.
A divulgação ocorre no momento em que a computação quântica está se espalhando pelo mundo da tecnologia , com a Alphabet, Microsoft e a startup PsiQuantum anunciando avanços nos últimos meses.
Os computadores quânticos prometem realizar cálculos que levariam milhões de anos para computadores convencionais, o que pode ajudar cientistas a desenvolver novos materiais, como baterias sustentáveis e medicamentos. Mas um bloco de construção fundamental dos computadores quânticos, chamado qubit, é rápido, meticuloso e propenso a erros.
Cientistas estabeleceram na década de 1990 que alguns dos qubits de um computador quântico poderiam ser dedicados a corrigir esses erros, e os anos desde então foram gastos buscando maneiras de construir qubits físicos para que qubits “lógicos” suficientes fossem deixados para fazer um trabalho de computação útil.
O pensamento padrão da indústria é que um chip precisará de cerca de um milhão de qubits físicos para produzir um número útil de qubits lógicos.
Mas a AWS disse que construiu um protótipo de chip que usa apenas nove qubits físicos para produzir um qubit lógico funcional, graças ao uso do que é conhecido como qubit “gato”, assim chamado em homenagem ao famoso experimento mental do físico Erwin Schrodinger para ilustrar os princípios da mecânica quântica em que um gato azarado em uma caixa está morto e vivo ao mesmo tempo.
Oskar Painter, diretor de hardware quântico da AWS, disse que a abordagem da empresa poderia um dia produzir computadores úteis com apenas 100.000 qubits em vez de um milhão.
“Isso deve nos permitir fornecer entre cinco e 10 vezes menos qubits físicos para implementar a correção de erros em uma máquina totalmente dimensionada. Então esse é o benefício real”, disse Painter à Reuters.
“É aí que eu acho que vai haver uma quantidade enorme de inovação e isso será a coisa que realmente pode reduzir os prazos para o desenvolvimento. Se fizermos melhorias no nível de materiais e processamento, isso tornará a tecnologia subjacente muito mais simples”, disse o porta-voz da Amazon.
