A Grã-Bretanha ordenou que a Apple abra uma nova aba para que o governo tenha amplo acesso aos dados criptografados dos usuários, informou o Washington Post nesta sexta-feira (7).
É comum que países solicitem dados de usuários às empresas de tecnologia para solucionar casos criminais e investigações. No entanto, a demanda generalizada do Reino Unido, emitida em janeiro, não tem “precedentes conhecidos nas principais democracias“, menciona o jornal.
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A Grã-Bretanha emite tais notificações sob sua Lei de Poderes Investigativos (2016), que une ordens existentes sobre interceptação e obtenção de comunicações.
O Ministério do Interior britânico não quis comentar a decisão e a Apple não respondeu ao pedido de posicionamento, pois foi feito fora do horário comercial.
Enquanto autoridades de segurança alegam que os recursos de criptografia de dados dificultam a captura de criminosos, as empresas de tecnologia há muito tempo defendem o direito de seus usuários à privacidade.
O regimento da Apple, que garante que apenas os usuários são responsáveis por desbloquear dados armazenados em sua nuvem, está em análise.
No ano passado, enquanto o Reino Unido realizava consultas sobre mudanças na lei de 2016 que, eram “necessárias para acompanhar a evolução das tecnologias e ameaças cibernéticas”, a Apple disse ao parlamento que nunca criaria uma “porta dos fundos” em seus produtos e, portanto, poderia ter que retirar a diretriz de proteção de dados avançada da Grã-Bretanha.
A Lei de Segurança Online da Grã-Bretanha (2023), que exige que as empresas tomem medidas contra material de abuso sexual infantil em suas plataformas, também gerou críticas de empresas de tecnologia. A Meta, por exemplo, argumentou que isso ameaçaria a criptografia de ponta a ponta que sustenta seus serviços de mensagens.
Em 2016, a Apple lutou com sucesso contra uma ordem dos EUA para desbloquear um iPhone criptografado pertencente a um atirador responsável por um massacre em San Bernardino, Califórnia.