
A Meta Platforms, dona do Facebook e do Instagram, afirmou nesta terça-feira (18) que seu programa independente de verificação de fatos na Austrália ajudará a detectar e remover conteúdos falsos e deepfakes, com o objetivo de conter a desinformação antes das eleições nacionais previstas para maio.
Em uma publicação no blog, a empresa declarou que qualquer conteúdo que possa levar a violência iminente, causar danos físicos ou interferir na votação será removido, enquanto a disseminação de informações enganosas por meio de suas plataformas será limitada.
“Quando um conteúdo é desmentido por verificadores de fatos, anexamos rótulos de aviso a ele e reduzimos sua distribuição no Feed e no Explore, para que seja menos provável que seja visto”, disse Cheryl Seeto, chefe de políticas da Meta na Austrália.
As agências de notícias Agence France-Presse e Australian Associated Press revisarão os conteúdos para a Meta, informou Seeto.
Em janeiro, a Meta encerrou seus programas de verificação de fatos nos Estados Unidos e reduziu as restrições a debates sobre temas controversos, como imigração e identidade de gênero, cedendo à pressão de conservadores para implementar a maior reformulação de sua abordagem na gestão de conteúdo político em seus serviços.
Além dos conteúdos falsos, as plataformas também enfrentam o desafio de conter deepfakes — vídeos, fotos ou áudios hiper-realistas gerados por IA e apresentados como reais.
A Meta afirmou que qualquer deepfake que viole suas políticas será removido ou rotulado como “alterado” e terá sua classificação reduzida no feed para limitar sua distribuição. Os usuários também serão incentivados a informar quando postarem ou compartilharem conteúdos gerados por IA.
“Para conteúdos que não violam nossas políticas, ainda acreditamos que é importante que as pessoas saibam quando estão vendo materiais criados por IA”, disse Seeto.
Pesquisas de opinião indicam uma disputa acirrada na Austrália, com a coalizão de oposição Liberal-Nacional ligeiramente à frente do governista Partido Trabalhista de centro-esquerda.
A abordagem da Meta na Austrália está alinhada com seus esforços para combater a desinformação durante as recentes eleições na Índia, no Reino Unido e nos Estados Unidos, afirmou Seeto.
A Meta enfrenta múltiplos desafios regulatórios na Austrália, onde o governo planeja impor uma taxa às grandes empresas de tecnologia como compensação pela receita publicitária gerada com o compartilhamento de conteúdo jornalístico local.
Além disso, a Meta e outras plataformas de mídia social deverão aplicar, até o fim deste ano, uma proibição para usuários menores de 16 anos, e as empresas estão consultando o governo sobre como implementar as restrições.