
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no domingo (13) que anunciará a taxa tarifária sobre semicondutores importados na próxima semana, acrescentando que haverá flexibilidade com algumas empresas do setor.
A promessa de Trump significa que a exclusão de smartphones e computadores de suas tarifas recíprocas sobre a China provavelmente terá vida curta, já que ele pretende redefinir o comércio no setor de semicondutores.
“Queríamos descomplicar isso para muitas outras empresas, porque queremos fabricar nossos chips, semicondutores e outras coisas em nosso país”, disse Trump a repórteres a bordo do Air Force One enquanto voltava de sua propriedade em West Palm Beach para Washington.
Trump se recusou a dizer se alguns produtos, como smartphones, ainda podem acabar sendo isentos, mas acrescentou: “É preciso mostrar certa flexibilidade. Ninguém deve ser tão rígido”.
Mais cedo no dia Trump anunciou uma investigação comercial de segurança nacional no setor de semicondutores.
“Estamos analisando os semicondutores e toda a cadeia de oferta de produtos eletrônicos nas próximas investigações da Tarifa de Segurança Nacional”, publicou ele nas mídias sociais.
A Casa Branca havia anunciado as exclusões das tarifas recíprocas na sexta-feira (11), criando alguma expectativa de que o setor de tecnologia pudesse escapar da escalada do conflito entre as duas nações e que os produtos de consumo diário, como telefones e laptops, continuassem acessíveis.
No entanto, o secretário de comércio de Trump, Howard Lutnick, deixou claro no domingo que os produtos de tecnologia essenciais da China enfrentarão novas taxas separadas, juntamente com os semicondutores, nos próximos dois meses.
Lutnick disse que Trump decretará “um tipo de tarifa com foco especial” sobre smartphones, computadores e outros produtos eletrônicos em um ou dois meses, juntamente com tarifas setoriais direcionadas a semicondutores e produtos farmacêuticos. As novas tarifas não se enquadrarão nas chamadas tarifas recíprocas de Trump, segundo as quais os impostos sobre as importações chinesas subiram para 125% na semana passada, disse ele.
“Ele está dizendo que eles estão isentos das tarifas recíprocas, mas estão incluídos nas tarifas de semicondutores, que chegarão provavelmente em um mês ou dois”, disse Lutnick em uma entrevista no programa “This Week” da ABC, prevendo que as taxas trarão a produção desses produtos para os Estados Unidos.
Em resposta, Pequim aumentou suas próprias tarifas sobre as importações dos EUA para 125% na sexta-feira (11). No domingo, antes dos comentários de Lutnick, a China disse que estava avaliando o impacto das exclusões dos produtos de tecnologia implementadas na sexta-feira.
O investidor bilionário Bill Ackman, que endossou a candidatura de Trump à Presidência, mas que criticou as tarifas, pediu no domingo que ele pausasse as tarifas recíprocas amplas e pesadas sobre a China por três meses, como Trump fez com a maioria dos países na semana passada.
Se Trump pausasse as tarifas chinesas por 90 dias e as reduzisse temporariamente para 10%, “ele alcançaria o mesmo objetivo, fazendo com que as empresas norte-americanas realocassem suas cadeias de oferta da China sem a interrupção e o risco”, escreveu Ackman no X.