A Minerva Foods, uma das principais companhias de proteína animal do mundo, está alinhando a sua estratégia de sustentabilidade com uma série de ações visando toda a cadeia pecuária. Nesta quinta (15), a empresa anunciou que pretende ser classificada como Carbono Neutro, zerando as suas emissões líquidas até o ano de 2035. Para essa tarefa serão destinados R$ 1,5 bilhão em projetos.
“Há mais de dez anos criamos uma avenida para o tema”, diz Fernando Queiroz, CEO da Minerva Foods. A companhia que também está no Paraguai, Argentina, Uruguai, Colômbia e Chile opera 25 unidades de abate e desossa, 14 centros de distribuição e três unidades de processamento. O mais recente balanço financeiro fechado, o de 2019, mostra uma receita de R$ 17,1 bilhões. A Minerva Foods foi destaque no Especial Forbes Agro 100.
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Entre as ações estão a aplicação de metodologia para monitorar, relatar e verificar o balanço de carbono de fazendas na América do Sul, o apoio na restauração da vegetação nativa e a parceria com instituições financeiras visando recompensas para práticas produtivas sustentáveis.
O monitoramento geográfico é o principal compromisso para o desmatamento ilegal zero. Taciano Custódio, diretor de sustentabilidade da companhia, diz que a totalidade para os fornecedores diretos do Brasil já está concluída e que a do Paraguai virá até o fim deste ano. Para a Colômbia o prazo é 2023, Uruguai entra em 2025 e 2030 os demais países. “Sim, é possível desmatamento ilegal zero”, afirma. De acordo com a gerente de sustentabilidade, Tamara Lopes, no caso do monitoramento dos fornecedores de gado, as ações vêm sendo tomadas com base em estudos.
Ela cita um levantamento da ONG Amigos da Terra mostrando os avanços obtidos com a TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), desde 2009, culminando com os atuais modelos de monitoramento de toda a cadeia de fornecedores, os indiretos (criadores de bezerros e invernistas) e os diretos (terminadores de gado). “É uma cadeia complexa. Há 1,6 fornecedores indiretos para cada direto”, diz ela.
O Visipec, uma ferramenta criada pela ONG NWF (National Wildlife Federation) e pela universidade americana de Wisconsin-Madison, será integrada até fim deste ano ao seu sistema de monitoramento geográfico para a Amazônia, o que deve diminuir os riscos relacionados às fazendas fornecedoras. “É a única ferramenta no País hoje e os testes preliminares mostram que mais de 99% estão em conformidade”, diz Tamara.
Atualmente, o monitoramento inclui mais de 14 milhões de hectares com mapeamento geográfico de fornecedores em todos os biomas brasileiros e no Paraguai. A Minerva também fornecerá aos produtores a mesma tecnologia geoespacial que utiliza nesse monitoramento, por meio de um aplicativo de verificação de fornecedores desenvolvido pela Niceplanet Geotecnologia. A tecnologia chega aos pecuaristas brasileiros ainda este ano e nos demais países até 2030.
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A intenção da Minerva Foods de chegar a emissões líquidas zero significa que em todo o processo, do nascimento do bezerro até a entrega da carne processada, as emissões de GEE (gases de efeito estufa) serão removidas através desse conjunto de ações de mitigação de GEE proposto pela empresa.
Isso ainda inclui uma série de medidas, como o uso de energia renovável em suas unidades de abate e processamento e apoio aos produtores para que pelo menos 50% dos fornecedores de carne bovina sejam integrados ao Novo Programa de Baixa Emissão de Carbono até 2030. O programa tem a parceria da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), do CIAT/Colômbia (Centro Internacional de Agricultura Tropical) e do INIA/Uruguai (Instituto Nacional de Investigação Agropecuária). “Temos o entendimento de que a corrida para emissão líquida zero deve ser um esforço coletivo”, afirma Custódio.
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