A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é um patrimônio nacional e devolve em valor para a sociedade os investimentos que recebe. No ano passado, para cada real investido, a Embrapa devolveu R$ 18 em serviços e tecnologias. É o que mostra o seu balanço social, apresentado hoje (27) pelo engenheiro agrônomo Celso Moretti, presidente da empresa pública vinculada ao Mapa (ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
“O ano de 2020 foi difícil para o Brasil e o mundo”, disse ele. “Mas a Embrapa continuou fazendo e entregando importantes pesquisas para a agricultura brasileira.”
No total, a pesquisa, o desenvolvimento e a transferência de tecnologias ao setor produtivo gerou um lucro social de R$ 61,8 bilhões para o país. “Além desse benefício, geramos, com nossas tecnologias, cerca de 41 mil empregos no setor do agro, um número bastante considerável se pensarmos que se tratou de um ano de pandemia”, afirmou Moretti. O balanço apresentado marca o 48º aniversário da Embrapa e está na 24ª edição.
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O documento, que mede o impacto social da Embrapa, é baseado em metodologia auditável. Entraram no cálculo 152 projetos desenvolvidos pela instituição e parceiros, entre eles o de fixação biológica de nitrogênio no plantio da soja; o manejo animal para correção da fertilidade do solo e o sistema ILPF (Integração lavoura-pecuária-floresta). Do total gerado, R$ 56 bilhões vieram desses projetos. Outros R$ 4 bilhões vieram de cultivares anualmente apresentadas, entre elas de soja, milho, algodão, hortaliças, etc. O restante R$ 1 bilhão foi calculado a partir das interações sociais e laborais da Embrapa.
“Só com a fixação biológica de nitrogênio, no ano passado, o Brasil economizou R$ 28 bilhões, deixando de importar mais adubo nitrogenado”, afirmou. “Os benefícios econômicos para o setor agropecuário foram 4% superior ao registrado em 2019.”
Moretti também tratou da importância das parcerias fechadas com o setor privado. “Em 2018, apenas 6% da nossa carteira de projetos era financiada pelo setor privado. Em 2021 chegamos a 20%. Mas nossa meta, até 2023, é chegar a 40% dos nossos projetos vinculados ao setor privado”, afirmou. “Em termos globais, posso dizer que o tesouro nacional financia em torno de 60% da programação de pesquisa da Embrapa, e que o setor privado, que tem participação em 20% dos projetos, financia cerca de 35% deles.”
Moretti disse ser difícil calcular para apenas o ano de 2020 qual o valor exato da participação do setor privado nas pesquisas, porque muitas duram mais de um ano. Mas elas têm ajudado no apertado orçamento da instituição, que no passado foi de R$ 3,7 bilhões, valor praticamente inalterado nos últimos anos. Daí a estratégia de buscar mais apoio das empresas privadas para dar fôlego às pesquisas.
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