Como gerenciar a agricultura e a pecuária visando os impactos dos gases de efeito estufa, os temidos GEE que estão na pauta do planeta? O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) apresentou hoje (9) as primeiras duas coletâneas com estudos de base científica que mensuram fatores de emissão e remoção desses gases pela agropecuária. Estão catalogados trabalhos de 400 cientistas brasileiros.
“Num ano tão importante como esse para o clima – nós temos a Cop [26] no final do ano, a Cop Biodiversidade em julho, mais a Cúpula da Terra agora, dia 22 nos Estados Unidos, onde o presidente Joe Biden vai colocar compromissos ambiciosos para o país em relação à emissão e remoção desses gases – nós temos aqui um material que dá respostas”, disse a ministra Tereza Cristina. “Os dados da coleção revelam que o Brasil está no caminho certo: produção com preservação.”
As pesquisas condensadas em 300 páginas originalmente estão em sete mil páginas. As coletâneas funcionam como porta de entrada para acessar esse conteúdo dividido em resumo, resultados, desafios e soluções de cada pesquisa catalogada nas área de ruminantes (bovinos, caprinos, ovinos), não ruminantes (aves, suínos, peixes), cana-de-açúcar, grãos e sistemas integrados de produção e florestas plantadas.
Mas, na prática, qual a funcionalidade dessas coletâneas? Uma delas é servir de ferramenta para as estratégias de políticas públicas. Como o processo de revisão do Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), com insumos de base científica para agropecuária sustentável. A outra é prática. Os primeiros a utilizarem de modo sistemático, para consulta no campo, serão dois mil técnicos do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) que trabalham em projetos de baixo carbono, de um total de dez mil técnicos da instituição.
“Desde 2014 começamos a participar dos projetos de baixo carbono, em parceria com o Mapa”, diz o engenheiro agrônomo Daniel Carrara, diretor-geral do Senar e conselheiro da Embrapa. “Serão nossos livros de cabeceira”. Atualmente, o Senar atende 150 mil produtores que estão empregando técnicas de mitigação de GEE, parte deles recuperando pastagens degradadas, chegando até o grupo que já implantou a integração lavoura-pecuária-floresta.
O trabalho foi coordenado pela gestora ambiental e doutora em desenvolvimento econômico pela Unicamp/SP, Mariane Crespolini, hoje diretora do Mapa na área de produção sustentável e irrigação. “Os estudos de mitigação e adaptação para o agro são contribuições importantes para o inventário nacional”, diz ela. “O Brasil é um País continental. Há uma necessidade urgente de desagregação das informações.”
Um dos exemplos dados por ela é o projeto Carne Carbono Neutro, lançado no ano passado. Outro estudo citado ainda em andamento, o que sinaliza novas versões das coletâneas, deve ser finalizado em agosto e mostra o balanço de emissões e remoções de GEE a partir de uma visão integrada do Mapa, ministério da Ciência e Tecnologia e o PNUD (O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), instituição da Organização das Nações Unidas.
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