As importações chinesas de soja do Brasil aumentaram em abril, em relação ao mês anterior, de acordo com dados alfandegários divulgados hoje (20). O aumento se deu em função de compras realizadas anteriormente, mas que não chegaram aos portos chineses em função de atrasos na colheita da safra brasileira.
Em abril, o maior importador mundial de soja internalizou 5,08 milhões de toneladas da oleaginosa de seu principal fornecedor, o Brasil, contra apenas 315.334 toneladas desembarcadas em março, segundo a Administração Geral das Alfândegas. Mesmo assim, os embarques deste mês de abril ficaram abaixo do mesmo mês de 2020, que foi de 5.939 milhões de toneladas.
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Havia sinais de que os chineses aumentariam as compras de soja no início deste ano, por causa da demanda crescente por ração para as criações de suínos. Com quase metade de suas criações dizimadas pela PSA (peste suína africana), desde 2018, os planteis vêm se recompondo em todo o país. A chuva no Brasil, no momento da colheita da soja, porém, foi o que motivou o atraso nas exportações ao país asiático.
Com isso, os compradores se voltaram aos Estados Unidos, nos meses de março e abril. A China importou 2,15 milhões de toneladas de soja em abril dos norte-americanos, mais de três vezes as 665.591 toneladas embarcadas no mesmo mês do ano anterior. Em março deste ano, o país já havia embarcado aos chineses 7,18 milhões de toneladas.
“A China comprou soja dos EUA quando o clima prejudicou também os embarques no Brasil”, disse uma fonte do setor que acompanha de perto do mercado de soja. “Com isso, a soja brasileira deve chegar em maio, de forma concentrada.” As importações chinesas de soja em abril, de todas as origens, foram de 7,45 milhões de toneladas, um aumento de 11% em relação a 2020.
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Mesmo assim, com demanda crescente, há um alerta de que novos surtos de PSA e uma mudança no uso de mais trigo para alimentação animal poderiam reduzir a procura por farelo de soja. As autoridades chinesas também emitiram diretrizes, no mês passado, recomendando a redução de milho e farelo de soja na ração de suínos e aves, uma medida que poderia remodelar o fluxo de grãos para o maior comprador mundial de milho e soja. (Com Reuters)
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