Mesmo sendo o maior produtor mundial de algodão, a China não consegue suprir a sua demanda interna e necessita da fibra de outros países. Com uma produção de 6,4 milhões de toneladas na safra 2020/2021, espera-se que a demanda do país asiático seja de 8,6 milhões de toneladas.
Com essa oportunidade, os cotonicultores brasileiros, através da Abrapa (Associação Brasileira de Produtores de Algodão), firmaram uma parceria com a CNCE (China National Cotton Exchange), entidade representante de 5000 compradores de algodão daquele país.
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“O diálogo comercial entre Brasil e China já está na pauta do mercado internacional do algodão e tende a se intensificar, pois os objetivos de cada país são complementares”, diz Júlio Busato, presidente da Abrapa, sobre a necessidade chinesa e a vontade do Brasil em crescer mais nesse mercado.
Atualmente, o Brasil é o segundo maior fornecedor da China. O memorando de entendimento firmado na última quarta-feira (2) prevê a realização conjunta de eventos binacionais e, principalmente, a construção de um ambiente inteligente de negócios.
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Ambev aposta no processamento de lúpulo brasileiro para sua cerveja
Ingrediente principal para conferir sabor e aroma à cerveja, o lúpulo ainda é pouco produzido no Brasil. Em 2020 foram apenas 60 hectares. Os Estados Unidos, que são os maiores produtores globais, cultivaram no ano passado 23,9 mil hectares. Para incentivar a produção nacional, uma iniciativa da Ambev pode trazer um novo ar a esse mercado. A multinacional brasileira acaba de entregar a primeira linha completa para o processamento de lúpulo no país.
“Até um passado recente, o cultivo nacional de lúpulo parecia distante de se tornar realidade em terras brasileiras, já que seu desenvolvimento acontecia favoravelmente em climas frios, com alta incidência solar”, conta Felipe Sommer, coordenador do projeto Fazenda Santa Catarina, encabeçado pela cervejaria. “Foi em Lages (SC), onde já existia um tímido plantio, que a Ambev conciliou a vontade de produzir lúpulo nacional à experiência da comunidade local, para criar um projeto colaborativo de fortalecimento ao ecossistema.”
A iniciativa da empresa prevê a doação de mudas, apoio técnico para os produtores e a realização do contrato de compra do lúpulo. Fora isso, a conclusão da planta piloto do projeto permitirá que produtores possam realizar, além da colheita, a limpeza, secagem e embalagem do cultivo para a venda.
Embrapa e Ceagesp fazem parceria para validar cultivares
Os 52 anos da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), no dia 31 de maio, foram marcados pela criação de uma parceria entre o centro atacadista de alimentos e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
A assinatura do termo de cooperação cria novas oportunidades de estudos e pesquisas ligadas à inteligência de mercado e a validação de cultivares. “A parceria com a Ceagesp é estratégica para o agro nacional, pois facilita a identificação das demandas de mercado e direciona o posicionamento das inovações”, afirma Adriana Regina Martin, diretora-executiva de Inovação e Negócios da Embrapa.
A parceria, na prática, se resume ao uso por ambas as partes de suas estruturas visando acelerar pesquisas em “enormes laboratórios práticos”. “Novas tecnologias e cultivares poderão ser testadas com mais facilidade, confiança e rapidez. Por outro lado, a Ceagesp, seus permissionários e os entes desta relação em contato próximo com a Embrapa poderão ter acesso muito facilitado a inovações e resoluções de problemas”, afirma Ricardo Mello Araujo, presidente da Ceagesp.
Grupo Era sai na frente e atesta 100% de sua safra no Semente Legal
Criado da parceria entre a empresa Ceptis Agro, de origem suíça, e o Grupo Era, o Programa Semente Legal atestou pela primeira totalidade da safra de uma empresa.
O Grupo Era, com sede em Mato Grosso do Sul, que representa as marcas Ponto Alto e Nova Safra, implementou quatro ações integradas para conquistar o feito: certificação de origem, monitoramento do processo produtivo, verificação da qualidade e rastreabilidade.
Os principais clientes do grupo estão no polígono do agronegócio, área compreendida pelo estado de São Paulo, leste de Mato Grosso do Sul, noroeste do Paraná, Triângulo Mineiro e sul-sudoeste de Goiás. A empresa está em 362 municípios, além de exportar parte da produção.
DSM indica alternativas para reduzir a resistência aos antimicrobianos
Em combate contra a RAM (resistência aos antimicrobianos), a multinacional holandesa DSM, de saúde e nutrição, está colocando o tema como um dos pilares de seu programa de sustentabilidade chamado “We Make It Possible”. A empresa, que fatura € 8 bilhões globalmente, desenvolve eubióticos e enzimas alimentares para melhorar a saúde e o desempenho dos animais, reduzindo os índices de doenças sem o uso de antibióticos. É um segmento de negócio que atende, cada vez mais, a uma das principais demandas do consumidor.
“A DSM entende que algumas doenças animais necessitam de tratamentos mais aprimorados que são também prolongados e de alto custo, podendo reduzir o aproveitamento e o desempenho animal”, afirma Regiane Peres, Diretora de Especialidades da DSM para a América Latina. “No entanto, é necessário olharmos com mais atenção para a saúde animal, oferecendo uma nutrição adequada com soluções inovadoras que apontem para um futuro com produções de proteínas mais responsáveis, enquanto contribuímos para a qualidade dos alimentos que vão à mesa dos consumidores.”
Startup capta R$ 2 bilhões para o financiar energia solar no campo e na cidade
Mirando no setor agropecuário e nas cidades, a startup Sunny Store, com sede em Campinas (SP), está captando R$ 2 bilhões junto à BR5 Investimentos, escritório especializado em assessoria financeira. Com isso, a startup, que distribui soluções em equipamentos para sistemas de energia solar fotovoltaica, quer financiar o usuário da tecnologia.
“O objetivo é alavancar projetos em fazendas com consumo intensivo de energia, como aquelas que operam grandes sistemas mecanizados de irrigação, silos e outras atividades de transformação”, afirma Hugo Albuquerque, CEO da Sunny Store.
A startup também prevê operações do tipo barter, nas quais agricultores permutam safras por produtos e serviços. “A inclusão da infraestrutura fotovoltaica nessa modalidade é uma novidade no país. Esse modelo de negócio vai ajudar a difundir os benefícios da energia solar entre os empresários rurais, cujas contas de luz costumam ter grande peso nas despesas”, diz Albuquerque.
Plataforma da Agrofy agora oferece defensivo agrícola
Fundada na Argentina em 2015, a Agrofy, que no Brasil tem sede em Campinas (SP), vem se tornando uma das principais plataformas digitais de marketplace para o agronegócio no país. Embora já lidasse com sementes e fertilizantes, a empresa dá um novo passo: a partir de agora oferecerá defensivos agrícolas em seu site.
“Defensivos agrícolas estão entre os produtos mais buscados pelos produtores rurais, que estão sempre procurando as melhores opções de negócios, uma vez que é um insumo que sofre muita interferência no preço por conta de questões políticas, climáticas e de demanda”, explica Filipe Ruga, chief commercial officer da Agrofy.
Ao entrar em um novo nicho, a startup deve trabalhar com defensivos das principais marcas do mercado, como Adama e Sipcam Nichino, por exemplo.
Cooperativa economiza até R$ 400 mil com gestão de dispositivos móveis
Com a crescente implementação de novas tecnologias no campo, a agricultura ganha cada vez mais soluções digitais capazes de trazer economia aos produtores rurais. Foi justamente o que fez a cooperativa Coopercitrus, de Bebedouro (SP), que ao utilizar esse tipo de ferramenta conseguiu economizar cerca de R$ 400 mil nos últimos dois anos.
Para isso, utilizou serviços da Urmobo, startup de gerenciamento de dispositivos móveis e gestão de ativos, que cria funcionalidades específicas para os clientes. Além de acelerar e tornar seus processos digitais mais eficientes, a Coopercitrus também ganhou mais segurança para suas informações.
“Queríamos empregar o certificado do usuário, mas a plataforma anterior não atendia a essa demanda. A Urmobo não só o fez como ainda tivemos redução de cerca de 20% com a migração, no valor de assinatura”, conta Valter Bortolin Junior, analista de suporte da Coopercitrus, uma das maiores cooperativas que também vende insumos, máquinas, implementos agrícolas e tecnologia de campo, e que possui 990 dispositivos móveis ativos distribuídos pelo país. “Agora, imprimimos menos papel, o que ajuda a natureza, gerando economia de quase R$ 40 mil apenas nisso e ainda não temos mais os gastos com 1.600 horas extras a cada evento, para finalizar o lançamento das vendas no sistema. É tudo feito na hora, não tem que esperar dias.”
Embrapa lança Programa de Eficiência na Gestão de Laticínios
Na última terça-feira (1), Dia Mundial do Leite, a Embrapa lançou em parceria com a PUC (Pontifícia Universidade Católica) o programa TopLat – Eficiência na Gestão de Laticínios.
“Nosso propósito é atuar sob a ótica de políticas públicas. Sabemos que existe uma oportunidade de melhoria gerencial nos laticínios, tanto no que diz respeito ao posicionamento no mercado quanto à organização interna. Por isso, estamos lançando esse projeto experimental”, afirma Paulo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, unidade de Juiz de Fora (MG).
O projeto terá a participação de 120 alunos de administração da PUC Minas e 10 laticínios. O trabalho será feito durante um semestre, em dois eixos: empreendedorismo e negócios e arquitetura de negócios.
“Em nosso projeto pedagógico prevemos, desde o início do curso, a inserção do aluno no mercado. O agronegócio é o setor que move a economia brasileira e os cursos de administração, de forma geral, não se aprofundam nessa área. Por isso, propusemos essa parceria com o objetivo de formar nossos alunos no agro e, junto com a Embrapa, entregar soluções em gestão para os laticínios”, destaca Sara Resende, coordenadora do curso a distância na PUC.
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