A safra de café do Brasil 2021/22, que está sendo colhida, foi estimada hoje (30) em 53,7 milhões de sacas de 60 kg, divulgou a consultoria StoneX, apontando uma alta de 4,5% ante previsão de janeiro.
A colheita de café arábica foi projetada em 33,7 milhões de sacas, versus 31,4 milhões de sacas na previsão anterior, enquanto a de robusta foi vista em 20 milhões de sacas, estável ante a estimativa do início do ano.
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“Apesar do clima adverso, os volumes de chuva acima da média observados em fevereiro contribuíram de forma favorável para o desenvolvimento da safra na região das Matas de Minas, principalmente”, disse a StoneX, ao apresentar os resultado de uma expedição técnica.
“Por outro lado, os volumes pluviométricos abaixo da média foram desfavoráveis em parte da região Sul de Minas Gerais, Cerrado e Mogiana.”
A estimativa atual representa uma redução de 17,5% se comparado com a produção em 2020/21, estimada em 65,1 milhões de sacas.
Para a variedade robusta, espera-se um incremento anual de 11%.
Para o arábica, espera-se uma redução de 28,5%, com as lavouras no ano de baixa do ciclo de produção e sentindo os efeitos também da seca.
GEADAS
As projeções foram divulgadas no mesmo dia em que geadas foram registradas em áreas de café do norte do Paraná e em algumas lavouras de São Paulo.
Questionado, o analista da StoneX disse não ter informação do campo até o momento sobre o impacto de geadas, relatadas por meteorologistas à Reuters.
No entanto, ele disse que, se as geadas efetivamente atingiram os cafezais, o impacto seria para a safra do próximo ano.
“A questão é o próximo ciclo. Vamos iniciar o período de florada… a geada queima os ramos, consequentemente não teria florada e desenvolvimento dos frutos, essa é a questão que está em risco no momento”, afirmou.
A safra do ano que vem será a de maior produtividade do arábica, considerando o ciclo bienal que alterna altas e baixas.
“Pegou alguma coisa no Paraná e São Paulo, mas ainda não deu para ver a extensão dos estragos”, disse o analista da Safras & Mercado Gil Barabach.
Ele comentou que o mercado está “de lado“, esperando por novidades e de olho na próxima madrugada, que pode ter novas ocorrências do fenômeno climático.
No Paraná, a geada desta quarta-feira atingiu as lavouras de café, assim como a cana e o milho.
Mas o Estado é um pequeno produtor nacional de café, respondendo por menos de 2% da colheita brasileira.
“Ainda é cedo, muito prematuro para falarmos em termos de prejuízo… uma boa parte da lavoura foi afetada superficialmente pelas geadas…”, disse o especialista do Departamento de Economia Rural (Deral), Paulo Franzini.
Ele confirmou que, para esta safra de 2021, a geada não gera problema, pois “não foi severa para afetar os frutos”.
“Mas para o próximo ano é possível que alguns talhões terão perdas de potencial, mas é preciso aguardar os próximos dias para ter uma ideia melhor.” (Com Reuters)
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