A segunda safra de milho do Paraná em 2020/21 deverá atingir 6,1 milhões de toneladas, estimou hoje (29) o Deral (Departamento de Economia Rural), indicando uma quebra significativa diante dos efeitos das geadas registradas até meados de julho, no que representa a maior perda da história do cereal no Estado.
Na projeção do mês passado, o órgão do governo paranaense ainda via a “safrinha” do cereal em 9,8 milhões de toneladas, já afetada pelos impactos da seca no Paraná, mas antecipava preocupações adicionais com as geadas – que vieram a se confirmar ao longo do último mês.
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A nova estimativa do Deral representa queda de 50% em relação à produção da segunda safra da temporada anterior, além de redução de 58% frente às expectativas divulgadas no início da safra, quando a produção era vista em 14,6 milhões de toneladas.
Com isso, segundo o Deral, a perda nesta safra é a maior da história, atingindo 8,5 milhões de toneladas. Apenas as perdas da “safrinha”, a principal do milho no Brasil, são equivalentes a cerca de três safras de verão, que costumam girar em torno de 3 milhões de toneladas.
Já o prejuízo financeiro estimado, considerando os preços médios de 2021, é de R$ 11,3 bilhões.
“Esta perda histórica foi em decorrência primeiro da estiagem que acompanhou boa parte da safra, pragas e com geadas de intensidade forte que ocorreram no final do mês de junho e, em menor grau, as geadas da segunda metade de julho”, indicou relatório enviado à Reuters pelo especialista em milho do Deral, Edmar Gervásio.
Mercado
Com as perspectivas de restrição de ofertas do cereal, o Deral já prevê um aumento nos preços do milho no segundo semestre, embora isso também dependa de fatores externos, como o câmbio, a produção dos Estados Unidos e a demanda da China.
O movimento deve ocorrer em um cenário que já é de cotações elevadas. Na semana passada, disse o órgão paranaense, o preço recebido pelo produtor atingiu R$ 92,04 por saca de 60 quilos, alta de 17% em relação ao final de junho e disparada de 124% na comparação com igual período do ano passado.
“Do ponto de vista de abastecimento do mercado doméstico não é possível dizer que faltará milho no mercado brasileiro como um todo, entretanto é crível especular que haverá uma redução significativa das exportações brasileiras”, afirmou o relatório.
O Deral também vê como provável que o Brasil realize as maiores importações de milho de sua história. (Com Reuters)
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