O grupo Bom Futuro, um dos principais produtores de algodão de Mato Grosso, acredita que o rendimento de suas lavouras da pluma 2020/21 deve superar a média do estado, em ano de quebra de safra, e já prevê aumento de até 8% na área de plantio da próxima temporada, disse hoje (7) a empresa.
“A meta é alcançar produtividade de 150 arrobas de pluma por hectare, mesmo se forem enfrentadas adversidades climáticas, acima da média estadual estimada pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) que é de 114 arrobas por hectare de pluma”, afirmou o grupo em nota.
LEIA TAMBÉM: Movimento “Sou de Algodão” cai no gosto dos estilistas
Com isso, a produção está estimada em 260 mil toneladas da pluma, que representam mais de 15% do total cultivado no estado, porém uma queda em relação ao volume de 316 mil toneladas do ciclo anterior.
Nesta safra, a Bom Futuro semeou 148 mil hectares, ante 167 mil em 2019/20. Do total, 4% já foram colhidos, com trabalhos que tiveram início pela região do Vale do Araguaia.
Em uma temporada marcada por atraso no plantio e problemas climáticos no estado como um todo, a quebra nas lavouras da empresa chegou a cerca de 12% em área e 18% em produção, quando comparada ao potencial estimado no início do ciclo.
O diretor de produção da Bom Futuro, Inácio Modesto Filho, lembrou no comunicado que a redução de áreas de algodão foi geral entre os produtores de Mato Grosso, mas ainda assim avaliou a temporada como positiva.
“O algodão gosta de sol e tivemos dias bem ensolarados. Além, é claro, das técnicas de manejo de pragas e doenças e do solo bem fertilizado”, disse ele.
Após um atraso na colheita de soja do estado, o diretor ressaltou que a janela de plantio do algodão foi apertada e a utilização de cultivares precoces no plantio se mostrou importante para a estratégia da companhia.
“Cultivares precoces de algodão com o mesmo potencial produtivo das tardias, de 140 dias, e melhoria genética fazem a diferença nos campos da empresa.”
Cerca de 73% da safra 2020/21 da empresa já foi comercializada, índice que supera a média da Bom Futuro para o período em anos anteriores, entre 60% e 65%, de acordo com o diretor comercial, Roberto Bortoncello. Ele destacou no comunicado que 90% da produção é exportada e, destes, 70% para países asiáticos.
“Na próxima safra devemos retornar quase à mesma área original, com um crescimento de 5% a 8% sobre a área 2020/21”, estimou Bortoncello.
Para o estado como um todo, o Imea informou nesta semana em levantamento de safra que as primeiras áreas de algodão, de fato, foram colhidas e apresentam produtividade elevada.
Contudo, o instituto ressaltou que apesar dos altos rendimentos da colheita até aqui, a falta de chuva e a baixa umidade do solo em períodos importantes para o desenvolvimento das plantas, prejudicaram as lavouras mais tardias em algumas regiões, o que tende a refletir no resultado final da safra.
“Além disso, as baixas temperaturas observadas em Mato Grosso e pontos de geada em alguns municípios produtores na última semana, também poderão influenciar nas lavouras que ainda estão em desenvolvimento.” (Com Reuters)
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.