Apresentado hoje (6), pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a publicação “A Cachaça no Brasil: Dados de registro de Cachaças e Aguardentes” mostra um segmento em pleno crescimento no país. Atualmente, há 5.523 marcas de cachaça e aguardente disponíveis no mercado para comercialização, coleção e degustação pelos apreciadores e colecionadores de rótulos destes destilados.
No ano passado, o número de marcas de cachaça registradas aumentou 18,5%, na comparação com 2019. Já na quantidade de marcas o incremento foi de 11,3%. São 4.743 marcas de cachaça e 780 marcas de aguardente registradas no país. Em 2019 eram, respectivamente, 4.004 e 701. Em 2108 eram 3.648 cachaças e 1.862 aguardentes. No jargão técnico, para que uma aguardente de cana-de-açúcar produzida no Brasil ganhe o status de cachaça a sua graduação alcoólica deve estar entre 38% e 48%. Além de parâmetros físico químicos diferentes, a cachaça pode ser obtida apenas a partir da destilação do mosto fermentado de cana, enquanto a aguardente pode ser obtida deste ingrediente e também a partir do rebaixamento do teor alcoólico do destilado alcoólico simples de cana. Os termos “cachaça” e “cachaça do Brasil” são indicações geográficas para o país, podendo ser utilizadas apenas por produtores nacionais. Com isso, a agroindústria da bebida mais popular do país vem se sofisticando e atraindo novos apreciadores.
Não por acaso, o número de produtores de aguardente e cachaça registrados no Brasil aumentou 4,14% em 2020, quando comparado com o ano anterior, chegando a 1.131 estabelecimentos. O número de produtores de cachaça aumentou 6,8%, o que compensou a retração de 3,5% do número de produtores de aguardente no período. “Tivemos uma recuperação notável em relação ao ano anterior, considerando que estamos atravessando uma pandemia e o consumo desse tipo de bebida é extremamente impactado pela falta de eventos sociais e festejos”, diz Carlos Vitor Müller, coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do Mapa.
O estado de Minas Gerais permanece na liderança tanto em número de produtores de cachaça como de aguardente. São 397 produtores, muito à frente do segundo colocado, São Paulo, com 128, e Espírito Santo, terceiro colocado com 64 produtores. A concentração de marcas de cachaça permanece na região Sudeste, com quase 70% delas, sendo este também o percentual aproximado de registros de produtos cachaça. Novamente Minas Gerais se destaca, com 1.908 marcas. A região Sudeste é a que tem o maior percentual de estabelecimentos registrados para produção de cachaça (68,7%), com um total de 656 produtores.
A abrangência nacional de produtores de cachaça aumentou em 2020, quando foram identificados produtores registrados no Mapa em 25 unidades da federação. Apenas os estados do Amapá e Roraima não têm produtores de cachaça registrados. “O anuário demonstrou a manutenção da concentração dos estabelecimentos no Sudeste, especialmente em Minas Gerais, mas com alguns arranjos regionais, como em alguns municípios no Ceará que têm uma grande quantidade de produtores de aguardente, além de municípios em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, com muitos estabelecimentos em pequenos municípios”, diz Müller.
Onde está a cachaça
Segundo o Anuário da Cachaça 2020, o município de Córrego Fundo (MG) apresenta a maior densidade cachaceira do país, com um produtor de cachaça registrado para cada 798 habitantes. Em relação à aguardente, o primeiro lugar na densidade aguardenteira fica para o município de Pinheiro Preto (SC), onde há um produtor para cada 450 habitantes.
O município de Salinas, em Minas Gerais, que é reconhecido como a Capital Nacional da Cachaça, aparece novamente em primeiro lugar no número de estabelecimentos produtores de cachaça com registro no Mapa, com 23 empresas. Em segundo lugar, está São Roque do Canaã (ES), com 10 estabelecimentos. Alto Rio Doce (MG) teve um aumento de 350% no número de estabelecimentos registrados no Mapa.
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