Na Grécia Antiga, os jogos olímpicos nasceram para honrar Zeus e outros deuses do Olimpo. Mas, a partir de 1896, ano que marca o início das Olimpíadas da Era Moderna, outros elementos passaram a ser destacados como finalidade das disputas: a força e o talento humano, baseado na união de diferentes nações em torno da paz. A imagem e o comportamento do atleta estão no foco de quase todas as disputas do evento, mas há uma exceção: o hipismo. Esse esporte milenar necessita de outro ser senciente para ser pleno, o cavalo, que, assim como os humanos, é capaz de sentir e vivenciar sentimentos como amor, alegria e também dor, angústia e solidão.
Atletas de alta performance, os cavalos formam com os cavaleiros conjuntos espetaculares. Historiadores já confirmaram a presença desses animais nas olimpíadas da Grécia Antiga do ano 648 a.c (antes de Cristo), presentes nas corridas de bigas. Na era moderna, o hipismo foi disputado pela primeira vez nos jogos de 1900, em Paris, com provas de saltos. Mas nada mais moderno que o hipismo olímpico. Em tempos de intensos movimentos por igualdade de gênero, até esta edição ele era a única modalidade esportiva na qual homens e mulheres competem juntos na disputa por medalhas, em provas mistas. Ontem (30), essa barreira foi vencida com a a estreia do novo revezamento 4x100m misto, com equipes de dois homens e duas mulheres.
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Com 33 esportes e 46 modalidades, a Olimpíada de Tóquio é acompanhada atentamente ao redor do mundo desde a última sexta-feira (23). As competições equestres começaram no dia 24 de julho, com as finais marcadas para 7 de agosto.
Por equipes e individuais, as disputas no hipismo são divididas nas modalidades adestramento, salto e CCE (concurso completo de equitação, com adestramento, corrida cross-country e saltos). São 50 países, totalizando 200 conjuntos de cavalo-cavaleiro para as competições, mais 48 conjuntos entre reservas e alternativos. Os animais partiram de Liege, na Bélgica, onde há um centro global de hospedagem, em oito voos rumo ao Japão. O Brasil levou para as provas oito conjuntos listados e quatro conjuntos reservas/alternativos. O país é considerado uma grande referência na equinocultura, dono do quarto maior rebanho do mundo, com 35 raças criadas, das quais 17 contam com associações próprias. Mas ainda jovem se comparado aos tradicionais times europeus.
Mas o Brasil já fez sua marca no hipismo dos jogos de Tóquio. No sábado (24), o cavaleiro João Victor Oliva, montando o garanhão Escorial Horsecampline, registrou a maior nota do país na história da modalidade de adestramento, superando a própria marca conquistada na Olimpíada Rio 2016. João Victor, de 25 anos, é filho da ex-jogadora de basquete Hortência e começou a competir em 2008, aos 12 anos; por coincidência também tem 12 anos de idade Escorial, um puro sangue lusitano, comprado em setembro de 2020 pelo grupo de investimentos JRME-Horse Campline, destinado ao cavaleiro no projeto para Tóquio.
Por conta da tradição e de grandes investimentos, países como Alemanha, Suécia e França se destacam no esporte como os principais medalhistas de ouro. O Brasil ganhou sua primeira e única medalha de ouro em 2004, com o cavaleiro Rodrigo Pessoa e o cavalo Baloubet du Rouet na categoria individual de saltos.
Na competição atual, as categorias individuais e em equipes de adestramento já renderam três medalhas (duas de ouro e uma de prata) para a Alemanha, reforçando o nome do país como o maior da modalidade.
Outros eventos de hipismo ainda ocorrerão até o encerramento das Olimpíadas de Tóquio, mas alguns competidores já são favoritos. Por isso, a Forbes separou para você detalhes dos principais cavalos-cavaleiros que representam os cinco países que mais conquistaram medalhas de ouro, pelo menos 10, desta modalidade na história dos jogos olímpicos:
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Divulgação/FEI Alemanha – 27 medalhas de ouro
TSF Dalera
Presente nas Olimpíadas com 25 cavalos, a Alemanha já mostrou um dos seus animais de maior destaque, a TSF Dalera. Nascida na Alemanha em 2007, a égua estreou nas Olimpíadas junto de sua cavaleira, Jessica von Bredow Werndl, mas já havia conquistado o primeiro lugar em outros cinco eventos de adestramento, inclusive nos Jogos Equestres Mundiais de 2018. Em sua apresentação no Grande Prêmio de Adestramento individual na Olimpíada de Tóquio, a égua e sua cavaleira obtiveram a pontuação de 91.732, rendendo uma nova medalha de ouro para a Alemanha. Com a maior pontuação das três integrantes do time, TSF Dalera também ajudou o país a ganhar o ouro de adestramento por equipe. -
Claes Jakobsson/FEI Suécia – 14 medalhas de ouro
All In
Na categoria individual de saltos, uma das principais promessas em Tóquio é o cavalo All In, medalhista de prata na mesma categoria na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Montado por Peder Fredricson, veterano das Olimpíadas do Rio e de Atenas, o garanhão castrado tem 15 anos e nasceu nos Países Baixos. Anteriormente, a dupla também já foi destaque no Campeonato Europeu de Salto em 2017, levando a primeira posição. -
Dean Mouhtaropoulos/Getty França – 13 medalhas de ouro
Sir Donnerhall II Old
Dos 18 cavalos que a França levou para a Olimpíada, um dos animais mais promissores era o garanhão Sir Donnerhall II Old, nascido na Alemanha em 2006. O cavalo foi para o evento montado pela cavaleira Morgan Barbancon, mas ambos acabaram eliminados no segundo dia de classificatórias para os dois Grand Prix de adestramento. Contudo, no passado, Donnerhall participou do pódio do World Cup Central European League em cinco ocasiões, inclusive levando a primeira posição nos anos de 2017 e 2020. -
Clara Grimshaw/FEI EUA – 10 medalhas de ouro
Azur
Outro animal veterano em uma Olimpíada é a égua Azur, representante dos Estados Unidos. Quando participou dos jogos no Rio de Janeiro em 2016, conquistou a medalha de prata na categoria de time para saltos. Apenas um ano depois, levou a primeira posição na categoria individual da Copa Mundial de Saltos. O primeiro treino da categoria de Azur na Olimpíada de Tóquio ainda não ocorreu, mas a égua certamente é um dos animais mais promissores que os norte-americanos levaram para o evento. -
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Steve Parsons/Getty Grã-Bretanha – 10 medalhas de ouro
Allstar B
Uma das promessas da Grã-Bretanha para o Concurso Completo de Equitação é o garanhão Allstar B, nascido em 2005 nos Países Baixos. Entre 2016 e 2018 foi finalista nos Jogos Equestres Mundiais (individual e em time), Copa das Nações da FEI (Federação Equestre Internacional) e no Campeonato Europeu. Na Olimpíada de Tóquio, será montado pela cavaleira Rosalind Canter, britânica que já o acompanhou em outras vitórias recentes.
Alemanha – 27 medalhas de ouro
TSF Dalera
Presente nas Olimpíadas com 25 cavalos, a Alemanha já mostrou um dos seus animais de maior destaque, a TSF Dalera. Nascida na Alemanha em 2007, a égua estreou nas Olimpíadas junto de sua cavaleira, Jessica von Bredow Werndl, mas já havia conquistado o primeiro lugar em outros cinco eventos de adestramento, inclusive nos Jogos Equestres Mundiais de 2018. Em sua apresentação no Grande Prêmio de Adestramento individual na Olimpíada de Tóquio, a égua e sua cavaleira obtiveram a pontuação de 91.732, rendendo uma nova medalha de ouro para a Alemanha. Com a maior pontuação das três integrantes do time, TSF Dalera também ajudou o país a ganhar o ouro de adestramento por equipe.
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