As exportações de carne bovina do Brasil, considerando o produto in natura e processado, encerraram o primeiro semestre de 2021 com queda de 3,2%, a 880 mil toneladas, apontou hoje a (Abrafrigo Associação Brasileira de Frigoríficos), em meio a uma acomodação das compras da China e gargalos logísticos.
Segundo a entidade, os chineses – principais compradores da proteína do Brasil – adquiriram 519 mil toneladas no semestre, ante 518.925 toneladas no acumulado de janeiro a junho do ano passado.
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Já a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) também apontou baixa no volume de embarques do semestre, de 3,7%, mas ainda classificou o período como positivo devido ao avanço de 4,2% no faturamento com as vendas externas, para US$ 4,08 bilhões. A Abrafrigo viu aumento de 4,4% na receita de janeiro a junho.
“Não preocupa para o setor [recuo nas exportações para China]. A gente tem uma grande dificuldade hoje, ainda estamos com problemas em relação a parte de contêineres”, disse à Reuters o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli.
Ele afirmou que a pandemia da Covid-19 segue afetando a logística para as exportações pois além da falta de contêineres disponíveis também há menor número de pessoas trabalhando nos portos, o que torna os processos mais morosos.
“A gente continua muito otimista e na expectativa de que, o quanto antes a situação mundial se regularize, a gente volta a ter maiores oportunidades”, acrescentou o executivo.
Ainda sobre a China, ele avalia que não há sinais de problema nas relações com o país que venham a motivar algum arrefecimento nas compras, mas ponderou sobre o aumento na concorrência com os Estados Unidos, fruto do acordo comercial entre os governos de Pequim e Washington.
“Estados Unidos têm um acordo bem elaborado comercial, têm direito do pré-listing”, disse ele sobre um processo que facilita a habilitação de unidades frigoríficas.
Dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, na sigla em inglês) divulgados hoje indicam que os embarques de carne bovina dos americanos para os chineses dispararam no acumulado de janeiro a maio, para 182,5 mil toneladas, ante 14,5 mil no mesmo período de 2020.
“O meu benefício é acessar esse mercado de uma maneira triangular. Eu estou me beneficiando”, acrescentou Camardelli, ressaltando o avanço dos embarques de carne do Brasil para os EUA.
Entre os 20 principais compradores da carne bovina brasileira in natura e processada, os Estados Unidos ocuparam a segunda posição no semestre, mostraram dados da Abrafrigo, mais que dobrando suas aquisições de 20.108 toneladas em 2020 para 42.482 toneladas neste ano.
Somente no mês de junho, as exportações totais da proteína do Brasil somaram 165.644 toneladas, com receita de US$ 837 milhões, queda de 6% em volume e aumento de 13% em faturamento ante igual período do ano passado, informou a Abrafrigo. (Com Reuters)
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