A produtividade do milho segunda safra 2020/21 deve alcançar 73,05 sacas por hectare no Brasil, o que representa queda de 17,7% ou 15,7 sacas a menos por hectare em relação à temporada anterior, estimou hoje (16) a Geosys Brasil, empresa de sensoriamento remoto por satélite.
A “safrinha” do cereal foi castigada por diversos episódios de seca e, na sequência, geadas em alguns dos principais Estados produtores. O Paraná, por exemplo, marcou perdas de 36,7% na produtividade. No caso mais extremo, Minas Gerais registrou prejuízo de 55%, mostraram os dados.
LEIA MAIS: Brasil vê onda de ‘washouts’ em contratos de milho e exportações ficam ameaçadas
Com isso, a Geosys passou a estimar a segunda safra de milho em 64,84 milhões de toneladas. Em junho, a previsão indicava 67 milhões. Na mesma linha, a produção total caiu de 93,75 milhões de toneladas para 91,6 milhões.
No Paraná, falta de chuva e geada provocaram a menor produtividade dos últimos 10 anos, assim como em Mato Grosso do Sul.
Segundo o levantamento, o NDVI (índice de vigor vegetativo) ficou no menor patamar durante boa parte do ciclo devido à falta de chuva, que ocasionou baixa umidade do solo nas lavouras paranaenses.
“A queda de produtividade é de 36,7%, ou seja, 30,6 sacas a menos por hectare. A estimativa é que o Paraná colha 52,9 sacas por hectare”, disse a Geosys.
Em Mato Grosso do Sul, o NDVI apresentou dinâmica ruim em toda a temporada e ficou no menor patamar dos últimos cinco anos durante os dois primeiros terços do ciclo do milho de segunda safra. A produtividade é estimada em 53,8 sacas por hectare no Estado, queda de 31,3% em relação ao ano anterior (ou 24,5 sacas a menos por hectare).
“Minas Gerais é o Estado que registra um dos piores desempenhos de produtividade na safrinha de milho devido à falta de chuva durante o ciclo, entre março e julho”, disse o analista de cultura da Geosys Felippe Reis.
A estimativa para a safrinha mineira é de que a produtividade atinja 47,5 sacas por hectare, o que representa uma queda de 54,9%, com 57,9 sacas a menos por hectare.
Já Mato Grosso, Goiás e São Paulo também sofreram com a seca durante o ciclo do milho safrinha, mas o impacto na produtividade foi menor em comparação às outras áreas produtoras do país, disse a empresa.
A Geosys ainda ressaltou em nota que a área de milho safrinha colhida no Brasil atingiu 20,9% no dia 10 de julho, contra 36,1% na comparação anual – com base em dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O atraso é decorrente do plantio tardio do cereal.
“Nas próximas semanas o ritmo da colheita deve continuar intenso nas regiões produtoras… os mapas do modelo europeu (ECMWF) indicam que a precipitação deve ser baixa nos próximos dez dias, com chuvas acima da média apenas em parte do Paraná. Já o modelo americano (GFS), aponta para previsão de chuvas acima da média para partes do Mato Grosso e de Minas Gerais.”(Com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.