As importações de etanol pelo Brasil atingiram em junho o menor patamar em oito anos, com 15,06 milhões de litros, disse a S&P Global Platts hoje (14), indicando ainda que o Paraguai se tornou o principal fornecedor externo do biocombustível neste ano, após uma forte queda nas aquisições provenientes dos Estados Unidos.
No acumulado de 2021, de acordo com a Platts Analytics, as importações do produto pelo Brasil apuram queda de 72%, a 226,9 milhões de litros. A companhia acredita que, diante desse cenário, há uma necessidade maior de os produtores se concentrarem na fabricação de etanol anidro na safra atual.
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A Platts Analytics estima que as importações totais em 2021 caiam para 532 milhões de litros, o que representaria uma redução de 47% no ano a ano e o menor patamar desde 2015.
“A janela de arbitragem para importações está fechada desde abril de 2020, após uma forte desvalorização do real brasileiro e preços mais altos do etanol nos EUA”, disse a empresa em nota à Reuters, destacando também que, desde o final do ano passado, as importações de etanol norte-americano são taxadas em 20%, após o fim de um programa de cotas.
Considerando que os embarques provenientes do Mercosul não possuem tarifas, nos últimos meses o Brasil vem importando quase todo o seu volume do Paraguai, acrescentou a companhia.
Neste contexto, os analistas da empresa afirmam que a fabricação de etanol anidro em 2021/22 no Brasil deve atingir 10 bilhões de litros, maior nível desde 2018, se considerados tanto o etanol de cana-de-açúcar quanto o de milho –compensando uma queda na moagem de cana no centro-sul.
Os fortes preços e prêmios do anidro no mercado “spot”, combinados com a demanda resiliente por gasolina comum, que possui mistura de 27% de etanol anidro, sustentam o aumento de produção, indicou a nota.
“Os dados de produção mais recentes continuam a mostrar o compromisso dos produtores em tentar garantir que haverá anidro suficiente para ser misturado à gasolina até março de 2022”, afirmou a Platts.
A empresa não descartou, porém, que uma valorização do real em relação ao dólar possa tornar as importações mais atraentes a partir do início do quarto trimestre, frisando que o final da safra do centro-sul pode elevar os preços do biocombustível no mercado interno. (Com Reuters)
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