A XP calculou que as geadas desta semana podem impactar a inflação este ano em 0,1 ponto percentual, com potencial de a alta do IPCA ultrapassar 7,0% em 2021, conforme nota divulgada hoje (29).
A XP, que estima a inflação em 2021 em 6,7%, já havia elevado suas projeções para a alta dos preços de alimentação no domicílio para o mês de julho devido às geadas neste mês em várias cidades das regiões Sul e Sudeste.
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Diante da nova onda de geada e dos preços mais altos das proteínas animais, o cenário com alta de 7,3% nos preços de alimentos consumidos em casa medidos pelo IPCA tem risco de alta, disse a XP.
“As culturas mais impactadas com a queda na temperatura são o café, as hortaliças e as frutas. Com diminuição da oferta, os preços tendem a subir e esse repasse costuma ser rápido”, disse a XP em nota assinada pela economista Tatiana Nogueira.
O relatório destacou que o frio intenso agravou um cenário que já era desafiador para o agricultor, uma vez que a estiagem severa impactou fortemente preços de grãos, cana de açúcar, café e cítricos. Além disso, as proteínas animais também têm os preços altos.
Mas a falta de chuvas também provoca preocupações em relação aos níveis dos reservatórios em mínimas históricas, que segundo a XP estão perto do que foi observado em 2001 e em 2014/2015, este último período da crise hídrica em São Paulo.
A XP argumenta que o reajuste de 52% pela Aneel da taxa extra cobrada com a bandeira vermelha não será suficiente, incorporando em seu cenário básico novo reajuste na bandeira, perto de 20%, com impacto nas contas de setembro.
Além disso, a reabertura da economia já impacta os preços de serviços ligados à atividade, com a XP já levando isso em conta em seu cenário para o segundo semestre, mas considerando que um período de estresse aponta risco de até 0,20 ponto percentual na projeção para o IPCA.
“Em 2021, a projeção de IPCA em 6,7% tem riscos assimétricos para cima. Com geadas e reabertura da economia no radar, a inflação pode ficar acima de 7% no ano”, disse o relatório, calculando a inflação em 2022 em 3,6%. (Com Reuters)
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