O ano de 2021 ficará na memória de muitos produtores de milho, afinal o plantio do cereal foi o mais tardio da história e a cultura sofreu com clima irregular, sendo “vítima” de seca e três ondas sucessivas de frio com direito a geadas. Como não poderia ser diferente, após atravessar esses desafios, as estimativas para a produção do milho de segunda safra caíram drasticamente.
A projeção para a produção, divulgada em janeiro, no início do Rally da Safra pela consultoria Agroconsult, realizadora da maratona para acompanhar o desenvolvimento do grão, era de 83,9 milhões de toneladas. Porém, após as intempéries, ela deve perder mais de 23 milhões de toneladas, tomando por base a previsão inicial.
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“Normalmente, julho é um mês de poucos acontecimentos para a segunda safra, quando a colheita se aproxima do final e a produtividade das lavouras está praticamente definida. Esta temporada, porém, está sendo completamente diferente”, diz André Debastiani, coordenador da expedição da Agroconsult para atualizar os números do Rally da Safra após os acontecimentos climáticos. “O grande problema dessa safra não foi a geada, que costuma ocorrer nessa época, mas sim o atraso no plantio que fez com que as lavouras estivessem em estado crítico de desenvolvimento quando as ondas de frio ocorreram.” Agora, a estimativa caiu de 65,3 milhões para 60,9 milhões de toneladas, uma quebra de 20,6% sobre a safra anterior, quando foram produzidas 76,7 milhões de toneladas.
Confira outras notícias de Agro:
Agrofy faz parceria com Unidas Trucks para ofertar aluguel de veículos pesados
Fundado na Argentina, o Agrofy, primeiro marketplace do agronegócio na América Latina, anunciou que firmou acordo com a Unidas Trucks, empresa que realiza a terceirização e gestão de frotas de veículos pesados. |Assim,a plataforma passará a oferecer o aluguel de veículos pesados aos produtores rurais.
“O agronegócio depende muito de uma gestão eficiente da frota de veículos pesados, e a terceirização, além de trazer mais economia e flexibilidade para o negócio, permite que o gestor do agronegócio foque no que realmente importa”, afirma Filipe Ruga, CCO (Chief Commercial Officer) da Agrofy. “A terceirização está crescendo cada dia mais.” Cerca de 40 veículos como caminhões, caminhonetes, carretas, linha amarela, linha agrícola e tratores estão na plataforma da Agrofy.
Segundo a Unidas Trucks, a terceirização da frota pode gerar economia de, aproximadamente, 30% com manutenção e redução de impactos tributários e Ebitida das empresas.
Comfrio inaugura mais uma unidade para armazenar sementes
A paranaense Comfrio, empresa de logística da cadeia do frio e que é uma das maiores da América Latina no setor de alimentos e agronegócio, inaugurou em Itumbiara (GO) uma nova unidade para armazenar sementes.
A novidade encerra um pacote de R$ 180 milhões em investimentos nos últimos tempos. Além da nova unidade em Itumbiara, o valor foi utilizado na ampliação e construção de unidades em Uberlândia (MG) e Cuiabá e Lucas do Rio Verde (MT). Com as novas operações, a Comfrio dobra sua capacidade de armazenamento para o agronegócio, de até 10 milhões de sacas de sementes de milho e soja.
“Além do aumento da nossa capacidade e presença geográfica, vamos também ampliar nosso portfólio de serviços para o segmento agro, levando ao mercado soluções em armazenamento, tratamento de sementes e venda de químicos”, diz Sidney Catania, CEO da empresa.
Bayer e Sistema Faeg/Senar vão capacitar jovens líderes do agro
Em busca de criar novos líderes para o agro, a química e farmacêutica alemã Bayer e o Sistema Faeg (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás), junto com o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) anunciaram a segunda edição do programa de capacitação Lidera Bayer Faeg Jovem.
A nova etapa do projeto espera impactar 1.400 jovens a partir do dia 17 de agosto. Durante o desenvolvimento serão realizados workshops com “temáticas atreladas às demandas do atual cenário mundial do agronegócio”, como sustentabilidade, soft skills e liderança. Além disso, a Faeg/Senar irá selecionar cerca de 100 jovens para participarem da Academia de Líderes do Agro, um programa voltado especificamente para a capacitação de futuros tomadores de decisão no agro goiano e brasileiro.
“Entendemos que preparar o agro para o futuro é tão urgente quanto os demais desafios do setor, e alcançar isso só será possível com o surgimento de novas lideranças no campo”, afirma Elke Mittelsdorf, diretora do negócio de soja da Bayer para o Brasil e uma das líderes do programa na companhia.
Wilson Sons adere a novo programa de sustentabilidade
O grupo brasileiro de navegação Wilson Sons aderiu ao CDP (Carbon Disclosure Project), programa sem fins lucrativos que auxilia empresas e cidades a divulgarem seu desempenho ambiental com o objetivo de reduzir emissões e atenuar as mudanças climáticas.
Com a adesão ao programa, a Wilson Sons fortalece o avanço da agenda climática da companhia. “Nos juntamos às maiores empresas do mundo e reafirmamos nosso processo de transparência. Estamos entre 21% das companhias que alcançaram o nível C no segmento de transporte marítimo, média global das empresas deste setor”, afirma João David Santos, gerente de Saúde, Meio Ambiente, Segurança e Sustentabilidade da companhia.
O CDP propõe a elaboração e publicação de um questionário coletivo, formulado por investidores institucionais e direcionado às empresas listadas nas principais bolsas de valores do mundo, unificando informações das instituições sobre políticas de impacto ao meio ambiente e gestão eficiente dos riscos relacionados ao carbono.
Instituto de Zootecnia tem inédita para detecção de fraudes em produtos lácteos
O IZ (Instituto de Zootecnia), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, entregou ao mercado uma metodologia inédita para a identificação de fraudes na produção de leite e derivados do tipo A2A2, provenientes de vacas e de búfalas.
De acordo com Aníbal Eugênio Vercesi Filho, pesquisador do IZ, a nova metodologia possibilita identificar a adição de leite A1A1 ou A1A2 em leite e derivados vendidos como A2A2, além da adição de leite de vacas em leite de búfalas, principalmente voltado para fabricação de produtos lácteos, como queijos. Explicando: o que diferencia o leite A2 do leite A1 são os tipos de beta-caseínas existentes. As beta-caseínas, fontes proteicas, representam cerca de 30% do total de proteínas do leite de vaca. O leite A2A2, de fácil digestão, é um produto que pode ser ingerido por indivíduos sensíveis à beta-caseína A1.
“No Laboratório de Biotecnologia do Centro de Pesquisa de Genética e Reprodução Animal, localizado em Nova Odessa (SP), conseguimos identificar quantidades mínimas de mistura, abaixo de 1% do volume total do produto. Com isso, podemos dar tranquilidade às empresas e consumidores quanto ao que compraram. Isso é muito importante também do ponto de vista da saúde, já que algumas pessoas possuem intolerância à proteína do leite A1 e, por isso, consomem o leite A2A2. A mistura de produtos pode causar prejuízo à saúde dessas pessoas”, explica o pesquisador.
Segundo Roberto Jank Jr, diretor-presidente da Agrindus S/A, o IZ foi fundamental no desenvolvimento da ferramenta para evitar possíveis fraudes no leite de vacas A2A2. “O fato de existir um sistema de detecção de fraude no varejo é um grande auxílio para o sistema de fiscalização, ao Ministério de Agricultura e aos certificadores privados de terceira parte, o que ajuda na efetividade de atuação do poder público. O consumidor agradece.”
DSM divulga aumento no lucro líquido e compromissos globais de sustentabilidade
A empresa holandesa DSM, de nutrição e saúde humana e animal, fechou o primeiro semestre de 2021 com € 444 milhões em lucro líquido, 21% a mais que no mesmo período de 2020. No EBITDA ajustado, que reflete os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, a companhia cresceu 22%. Até o final de 2021, a empresa mantém a expectativa de aumentar o EBITDA Ajustado em nutrição de um dígito e prevê uma taxa de crescimento do mesmo índice para o grupo em torno de 13% e 19%.
A empresa também anunciou uma nova meta para redução das emissões de GEE (gases de efeito estufa), que passou de 30% para 50% até 2030. “Como uma empresa movida por propósitos, buscamos constantemente expandir nosso impacto positivo para todos os públicos de interesse. Hoje estamos acelerando ainda mais nosso caminho para ser net zero até 2050”, comentam Geraldine Matchett e Dimitri de Vreeze, os CO e CEO da DSM.
Sicoob deve movimentar até R$ 25 bilhões na safra atual
O Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito), uma das principais cooperativas financeiras do país, anunciou que espera financiar até R$ 25 bilhões na safra 2021/2022. Com foco em pequenos e médios produtores rurais, o sistema concedeu R$ 19,8 bilhões em crédito rural no ano-safra passado.
Francisco Reposse Junior, diretor comercial e de canais do Sicoob, explica que o aumento de 26% na expectativa de novas concessões de crédito se deu porque, apesar dos percalços enfrentados durante a pandemia, o setor de agro está otimista com a produção dos próximos meses. “O atendimento é muito diferente em uma cooperativa, já que as pessoas fazem parte daquela região, conhecem as dificuldades e as oportunidades de crescimento e, com isso, podem oferecer um crédito muito mais sustentável nessas localidades.”
Atualmente, o Sicoob conta com cerca de 5,2 milhões de cooperados e é o terceiro maior player no financiamento do agronegócio no país, no ranking das instituições que ofertam crédito para este fim. Entre as safras 2019/20 e 2020/21, a instituição cresceu 53% na liberação de crédito rural, saindo de R$ 12,9 bilhões para R$ 19,8 bilhões.
Embrapa lança guia para recuperar solos degradados no Cerrado
Em parceria com a TNC (The Nature Conservancy), organização não governamental que trabalha em escala global para a conservação do meio ambiente, a Embrapa lançou o Guia de Recuperação de Solos Degradados no Cerrado, projeto com apoio da Syngenta e coautoria da Rede ILPF e Fapcen (Fundação de Apoio ao Corredor de Exportação Norte) .
O documento, que pode ser encontrado nos sites da Embrapa e da TNC, apresenta alternativas para uma produção mais sustentável no Cerrado, com indicação de possibilidades para a recuperação e manejo de áreas de pastagem que apresentem algum grau de degradação.
Atualmente, cerca de 18 milhões de hectares desse bioma estão degradados ou ocupados com pastagens e cultivos agrícolas. O Cerrado concentra 55% do total de produção de carne brasileira e 40% do total da produção de grãos.
“Reunimos informações para auxiliar o agricultor a avaliar o solo, seu estágio de degradação, assim como as melhores técnicas de recuperação e manejo para apoiar os processos de recuperação das pastagens”, explicou Aline Leão, pesquisadora da unidade Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE). “O que queremos para o futuro é uma paisagem produtiva e sustentável.”
Pesquisa revela que brasileiros estão consumindo menos carne
Estudo encomendado pela SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), e realizado pela IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), indica que um terço dos brasileiros já escolhe opções veganas nos cardápios de restaurantes e lanchonetes. Fora isso, o levantamento aponta que 46% dos brasileiros já deixam de comer carne, por vontade própria, pelo menos uma vez na semana.
“O que acontece é que, além da parcela vegetariana da população, cresce muito rapidamente a parcela que procura reduzir o seu consumo de carnes e derivados. Em um, dois, três ou vários dias por semana, os brasileiros têm optado por fazer refeições vegetarianas ou veganas”, observa Ricardo Laurino, presidente da SVB. Ele acredita que parte destes brasileiros são impactados por iniciativas como a SSC (Segunda Sem Carne), movimento que tem como embaixador o beatle Paul McCartney.
“A ideia da campanha não é tirar algo do prato, e sim acrescentar”, explica Mônica Buava, diretora executiva da SVB. “Existe uma grande variedade de gêneros alimentícios produzidos pela agricultura familiar brasileira que ainda não estão sendo aproveitados por grande parte da população, e todos que começam a fazer a Segunda Sem Carne ou outro movimento semelhante ficam surpresos com as descobertas de novos sabores e novas combinações.”
Brasil aumenta a exportação de peixes para o Oriente Médio
Responsáveis por 17% do faturamento de US$ 46,11 milhões, os países do Oriente Médio renderam US$ 8 milhões ao mercado de exportação de peixes do Brasil no primeiro semestre de 2021. De acordo com dados do Ministério da Economia, os principais países compradores foram o Bahrein (US$ 5,20 milhões), Arábia Saudita (US$ 1,7 milhão) e o Líbano (US$ 769 mil).
Das 13 toneladas de peixe exportadas à essa região, o principal foi o filé de tilápia congelado, registrando uma alta de 305% no semestre, com US$ 395 mil em negócios.
Segundo nota da Cdial Halal, única certificadora da América Latina acreditada pelos principais órgãos oficiais dos EIAC (Emirados Árabes) e do GAC (Golfo), “a busca por alimentos mais saudáveis e seguros têm aumentado a cada ano em todo o mundo, inclusive nos países árabes muçulmanos”.
O estado que mais lucrou com a exportação de peixes no período foi o Pará, responsável por US$ 13,9 milhões da receita total gerada pelos embarques do alimento.
Dow apresenta nova embalagem para o mercado de frango fresco
A norte-americana de químicos e agropecuários, a Dow, fechou uma nova parceria com a fabricante espanhola de máquinas ULMA Packaging para trazer ao mercado de frango fresco a tecnologia Phormanto.
As novas embalagens termoformadas têm tecnologia com resistência mecânica e selagem hermética, características que protegem o produto e o tornam à prova de vazamentos e contaminações. Com elas, a Dow acredita em menos desperdício de alimentos nessa cadeia.
“Os consumidores estão cada vez mais exigentes e cuidadosos em suas escolhas no momento de compra. Buscam praticidade, alimentos frescos e sustentabilidade. Isso reflete diretamente nas embalagens que, segundo pesquisas, precisam ser mais sustentáveis, inteligentes, práticas e adaptadas para diferentes momentos, com o máximo de eficiência e proteção do produto”, afirma Sabine Rossi, gerente de desenvolvimento de novos mercados da Dow. “
FGV lançará projeto para o Cinturão Verde de São Paulo
A FGV (Fundação Getúlio Vargas) apresenta na quarta-feira (10) o projeto Cinturão Mais Verde, uma iniciativa que pretende promover a adaptação à mudança do clima por agricultores familiares no Cinturão Verde, área de conservação no estado de São Paulo.
“Na ocasião, será lançada a Chamada de Casos para empresas, sociedade civil, governos e demais organizações, para mapear iniciativas de adaptação à mudança do clima pela agricultura familiar em regiões metropolitanas na América Latina”, afirma a FGV sobre sua nova iniciativa.
O lançamento contará com a presença de Mariana Nicolletti, gerente regional de Baixo Carbono e Resiliência no ICLEI (Local Governments for Sustainability) e de Juliana Geseira, coordenadora do setor agronômico do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes, cidade próxima à capital paulista.
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