O Cerrado, com 198 milhões de hectares, é o segundo maior bioma brasileiro. Um novo levantamento do MapBiomas, criado pelo SEEG/OC (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima), divulgado na sexta (10), mostra que a agricultura cresceu 460% na região desde 1985. Eram 4 milhões de hectares, ante 23 milhões de hectares destinados à atividade em 2020, um crescimento de 5,6 vezes.
A agricultura ocupa 13,2% da área, mas é a pastagem que representa o principal tipo de uso antrópico do bioma, ocupando 23,7%. De 1985 a 2020, a área de pastagem passou de 38 milhões para 47 milhões de hectares, um aumento de quase 23%. Considerando toda a expansão agropecuária no bioma, com áreas de floresta plantada, agricultura, pastagem e áreas mistas houve uma alta de 42,5% em relação a 1985.
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“Os dados mostram claramente que há um processo acelerado de conversão de áreas naturais no Matopiba, tal como foi observado anteriormente em outros estados do Cerrado”, explica a coordenadora científica do MapBiomas, Julia Shimbo, pesquisadora do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). No Matopiba, região que cobre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a área de agropecuária mais que dobrou entre 1985 e 2020.
Por estados, os maiores avanços ocorreram em Mato Grosso, que duplicou a área (de 6,5 para 13,3 milhões de hectares), Goiás (de 17,1 para 21,1 milhões de hectares) e Mato Grosso do Sul (de 13,1 para 16,5 milhões de hectares). O monitoramento também mostra que 54,5% de seu território do bioma ainda é coberto por vegetação nativa, sendo que formações dos tipos savana (30,3%) e floresta (14,3%) são predominantes. A formação campestre representa 7,3% do bioma.
Startup cria criptomoeda visando os pequenos agricultores
Sediada em São Paulo, a startup Culte, focada em criar um ecossistema de apoio ao agronegócio familiar, lançou hoje (13) a cultecoin, uma criptomoeda que pretende impulsionar a produção de pequenos produtores.
Com 21 milhões de tokens, ao custo de US$ 0,05 cada, a startup espera que a nova cripto seja utilizada para operações dentro do marketplace da Culte, que oferece serviços como loja online para os produtores, conta digital, emissão de boleto, pagamento em cartão de crédito por link, e empréstimos
“Nosso intuito é que estes últimos sejam substituídos pelo sistema barter, que é a troca de produtos entre agricultores e fornecedores de insumos muito usada na agricultura, entre os grandes produtores. Agora, estamos levando esta possibilidade também aos pequenos, sem cobrar juros”, afirma Cláudio Rugeri, CEO e cofundador da Culte. “Apenas os detentores dos tokens utility cultecoin terão acesso a áreas exclusivas do marketplace da Culte. Lá, agricultores, agroindústrias e fornecedores de insumos disponibilizarão seus produtos para comercialização em condições diferenciadas.”
Basf expande logística de distribuição de sementes
A Basf, empresa alemã da área química com oito unidades fabris no Brasil, expandirá seus centros de distribuição de sementes no país. Para isso, criou três novas unidades: Lucas do Rio Verde e Primavera do Leste, dois municípios de Mato Grosso, e Ibiporã, no Paraná.
O investimento faz parte de uma ampla agenda global de € 900 milhões e já estão operando para a distribuição de sementes da safra 2021/2022.
“Sabemos dos desafios logísticos do país e somos parceiros de longo prazo dos agricultores, para que juntos possamos alcançar patamares cada vez mais elevados de produtividade“, diz Hugo Borsari, diretor de sementes da divisão de soluções para agricultura.
ZoomAgri recebe aporte de US$ 3,3 milhões e planeja vinda ao Brasil
A agtech argentina ZoomAgri, criada em 2017, recebeu um aporte de US$ 3,3 milhões em uma rodada de investimentos pré-série A que contou com empresas de venture capital como SP Ventures, Artesian, Grain Innovate e Glocal.
Tendo a IA (inteligência artificial) como uma ferramenta para suas soluções, a startup já possui escritórios na Espanha e na Austrália. Agora, com o aporte e um financiamento total de US$ 4,75 milhões, o projeto é abrir uma operação no Brasil. A plataforma da agtech promete auxiliar na gestão da qualidade física e pureza varietal de diferentes commodities agrícolas, pré-semeadura e pós-colheita.
“Planejamos iniciar nossas operações no Brasil em um futuro próximo. Por ser um centro de produção com crescimento acelerado, consideramos o país um mercado-chave para impulsionar nosso crescimento”, afirma Fernando Martinez de Hoz, cofundador da ZoomAgri.
Barenbrug cria E-book sobre implantação de pastagens no país
A Barenburg Brasil, subsidiária da holandesa da Royal Barenbrug Group, do segmento de sementes forrageiras, lançou o “Manual de Implantação de Pastagens”, um e-book gratuito. No conteúdo estão orientações e estratégias ao produtor que foi preparado pelos técnicos da empresa. O objetivo é “levar conhecimento para toda a cadeia do agronegócio” e “tornar a prática de implantação de pastagem mais fácil”.
Através de infográficos e imagens de áreas que utilizam sementes da empresa, o manual apresenta sete etapas de passo a passo para uma estratégia recomendada, desde a escolha da área até o primeiro pastejo.
“O E-book é mais uma maneira didática de antever as dificuldades dos nossos consumidores e ajudá-los na busca pelo aumento de produtividade e rentabilidade em seus negócios rurais”, explica Felipe Piccoli, Especialista em Comunicação Estratégica da Barenbrug do Brasil.
DSM recebe autorização para o aditivo para rações redutora de metano
A DSM, empresa holandesa baseada em ciência para nutrição, recebeu aprovação regulamentar total das autoridades brasileiras e chilenas para comercializar seu novo aditivo para rações que reduzem o metano produzido pelos ruminantes. As autorizações inéditas no mercado contemplam carne bovina, laticínios, ovinos e caprinos.
O processo de criação do produto, que faz parte do Projeto Clean Cow (Vaca Limpa), durou cerca de 10 anos, com 45 testes em fazendas de diferentes 13 países e em 4 continentes. Foram realizados 48 estudos revisados por pares publicados em revistas científicas independentes. Após as primeiras aprovações regulatórias, a DSM já poderá apresentar sua inovação ao mercado.
“Um teste de carne bovina com o produto na Unesp (Universidade Estadual de São Paulo), conduzido em 2016-2017, mostrou reduções de emissão de metano entérico de até 55%”, explica Mauricio Adade, presidente da DSM América Latina. “Estamos muito satisfeitos que as autoridades regulatórias brasileiras e chilenas avaliaram o Bovaer de forma criteriosa.”
Supercampo faz parceria com banco digital para produtos financeiros aos cooperados
O marketplace paranaense Supercampo e a fintech WTK Agro, banco digital exclusivo para o agronegócio, firmaram parceria para oferecer financiamento e empréstimo aos cooperados de instituições como as paranaenses Agrária, Capal, Castrolanda, Coopertradição, Copacol, Frísia, Integrada e Lar, as catarinenses Cooperalfa e Copercampos, além da gaúcha Cotrijal e da paulista Coplacana.
Com a parceria, estão à disposição dos produtores rurais R$ 20 bilhões para capital de giro sem garantia atrelada. Outra novidade é a transferência de dívidas de outro banco para o WTK Agro. “Parcerias como essa auxiliam no desenvolvimento do agronegócio, no círculo econômico, social e no crescimento sustentável. Acreditamos no potencial do setor e, por isso, disponibilizamos para mais de 80 mil cooperados das 12 cooperativas sócias da Supercampo”, afirma Dárcio Padilha, head de finanças da Supercampo. Somadas, as cooperativas faturam aproximadamente R$50 bilhões.
Rangel cria novo marketplace de logística para o agronegócio
Presente no Brasil desde 2014, a empresa portuguesa de logística Rangel fechou uma parceria com firmas de agenciamento de fretes no país para criar um novo marketplace de agronegócio. Além disso, a empresa pretende colaborar com dados de inteligência em rotas, fretes, rastreabilidade e previsões de oferta e demanda de mercadorias no mercado.
Lançada no início de agosto, a plataforma conecta produtores de trigo, frutas, verduras e legumes a varejistas, indústrias e cooperativas. “Pela plataforma, pequenos e médios produtores rurais têm acesso direto a compradores de seus produtos num ambiente digital, seguro, com serviços integrados e, principalmente, livre de intermediários”, explica Enrique Garcia, diretor de desenvolvimento de negócios da Rangel.
Ainda segundo o executivo, a plataforma vai permitir ao produtor negociar diretamente com os compradores de seus produtos em condições mais favoráveis. Garcia acredita que ela pode ser uma alternativa à comercialização via trades agrícolas e empresas de exportação.
Solfácil lança linha solar exclusiva para o agronegócio
A Solfácil, fintech solar brasileira, lançou sua nova linha de financiamento dedicada a projetos de energia solar para propriedades rurais, um segmento que responde por cerca de 15% dos sistemas instalados no país, segundo a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Voltado para pequenos produtores rurais, o produto vai atender agricultores, pecuaristas e outros empreendedores do agronegócio, com expectativa de movimentar R$ 150 milhões em financiamentos.
“O agronegócio é um setor muito importante, que cresce ano a ano. Em seu funcionamento, acaba consumindo muita energia para exercer suas atividades diárias, tais como bombeamento de água, irrigação e com maquinários agrícolas. A adoção de energia solar minimiza um custo fixo chave e evita flutuações de tarifas que afetam negativamente a competitividade dos produtos”, pontua Fábio Carrara, CEO e fundador da fintech. Desde 2012, os produtores rurais já investiram cerca de R$ 3,4 bilhões em energia solar
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