A prolongada seca e as geadas de julho resultarão em perdas significativas para a próxima safra de café do Brasil, disseram especialistas reunidos em fórum realizado hoje (21) pela Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do país.
O professor José Donizeti Alves, especialista em café da Universidade Federal de Lavras (MG), disse que a cafeicultura viveu um “ano muito singular”, por conta de três geadas e pela seca. Ele comentou ainda que as intempéries vão causar problemas também para safra 2023. “Não é retórica, é a realidade”, afirmou.
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Mas Alves considera que, embora as geadas sejam um fator importante para a próxima safra, a seca será a causadora das maiores perdas. “Os prejuízos às safras do ano que vem pela seca podem superar em 1,5 a 2 vezes os prejuízos pela geada”, disse.
O especialista explicou que as geadas, apesar de terem atingido cerca de 10% da área de café do Brasil, afetaram as regiões com intensidades diferentes – e uma mesma lavoura pode ter sido mais ou menos atingida.
“Já a seca é um fenômeno generalizado e de longa duração. Cobriu quase todo o parque cafeeiro e todas as fase fenológicas do cafeeiro”, afirmou.
A escassez de chuva, que vem desde o ano passado, resultou em problemas para o desenvolvimento dos ramos e “vai faltar rosetas para produzir café no próximo ano”, disse Alves.
Segundo o coordenador de geoprocessamento da cooperativa Cooxupé, Éder Ribeiro dos Santos, os danos causados para os cafezais pelas geadas foram “muito grandes”, com impacto na safra de 2022.
Ele comentou que as condições iniciais para a safra 2022 não estão nada favoráveis também devido à prolongada seca. Mas não detalhou o tamanho das perdas.
A safra de 2022 seria a de alta na bienalidade do café arábica, quando a produção supera à do ano anterior.
Hoje, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reduziu a estimativa de produção do Brasil em 2021 para 46,9 milhões de sacas de 60 kg, quase 2 milhões de sacas abaixo da previsão de maio, com uma colheita de grãos arábica menor do que a esperada. (Com Reuters)
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