A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, enviou uma carta ao ministro-chefe da GACC (Administração Geral de Alfândegas da China) e se colocou à disposição para ir ao país asiático tratar pessoalmente da retirada da suspensão de vendas de carne bovina aos chineses, informou a pasta agrícola brasileira em nota.
Segundo o comunicado, a ministra ainda aguarda resposta da autoridade chinesa e, portanto, não há data confirmada para um encontro com o principal país comprador da proteína.
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As exportações de carne bovina do Brasil para a China foram suspensas no dia 4 de setembro em respeito a um protocolo firmado entre os dois países, que determina esse curso de ação no caso da doença EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), conhecida como “vaca louca”.
O Brasil confirmou dois casos atípicos da patologia, mas que não causam risco ao rebanho, conforme avaliação da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal).
“Nesse mesmo protocolo [entre Brasil e China], não estão definidos os passos para a retomada do comércio. Assim, da forma como está acordado hoje, a decisão cabe à China. A revisão do protocolo, iniciada em 2019, é um dos muitos temas sobre a mesa em negociação entre os dois países”, afirmou o ministério.
Com base em um caso de vaca louca ocorrido em 2019, quando as exportações para a China ficaram suspensas por 13 dias, o mercado brasileiro esperava que a paralisação nos embarques fosse retirada em um prazo semelhante. Entretanto, o bloqueio já dura 45 dias, sem retorno dos chineses.
O Ministério da Agricultura ressaltou no comunicado que o Brasil foi totalmente transparente com as autoridades sanitárias chinesas, informando da possibilidade da doença antes mesmo da confirmação oficial, realizada por laboratório canadense.
“Desde então, temos atendido pronta e tempestivamente todos os pedidos de informação que nos são dirigidos. Além disso, encaminhamos solicitação para reunião técnica, ainda não agendada pelas autoridades chinesas, que alegam estarem analisando as informações enviadas.”
A pasta reafirmou que não há como estabelecer uma data para a retomada das exportações de carne bovina para a China, pois a decisão não cabe ao governo brasileiro e demonstrou atenção ao cenário da indústria.
“Temos acompanhado de perto e com preocupação a situação dos frigoríficos”, disse o ministério.
No mês passado, a suspensão não apareceu nos números oficiais de exportação da proteína brasileira, pois cargas certificadas antes da paralisação foram enviadas, mas em outubro a média diária de embarques de carne bovina do Brasil já caiu quase pela metade.
O volume de carne bovina exportado pelos brasileiros no acumulado deste mês até a terceira semana está em 45,69 mil toneladas, segundo dados da Secex, menos de um terço do total embarcado em outubro do ano passado, de 162,68 mil toneladas. (Com Reuters)