O Brasil deverá produzir um recorde de 144,1 milhões de toneladas de soja em 2022, estimou a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), citando que o aumento apontado em sua primeira estimativa para a nova safra ocorre em meio a incertezas no mercado de biodiesel.
A temporada passada está estimada em torno de 138 milhões de toneladas, segundo a associação.
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A Abiove ressaltou em nota que a esperada alta da produção, com uma expansão da área beneficiada por bons preços pagos aos produtores, ocorre em meio a “ameaças que envolvem a cadeia diante dos cenários de incertezas, como a falta de previsibilidade na mistura (de biodiesel no diesel) e o novo modelo de comercialização.
O biodiesel, importante impulsionador do processamento da oleaginosa no Brasil, não deverá ser adquirido em leilões a partir do ano que vem.
A Abiove também lamentou que a mistura obrigatória de 13%, estabelecida para 2021, não esteja sendo seguida após o governo reduzir o “blend” no diesel em várias ocasiões neste ano, citando preços altos do óleo de soja, que responde por mais de 70% da matéria-prima.
A ampliação da oferta nacional requer maior esmagamento de soja para extração de óleo, destacou a Abiove, reforçando que o biodiesel exerce grande papel na promoção da industrialização da soja no Brasil, assim como para impulsionar a indústria de alimentos, já que o farelo de soja é componente chave da ração.
O biodiesel representa mais da metade do consumo de óleo de soja do Brasil.
Em análise publicada hoje (10), o Rabobank afirmou que o esmagamento de soja no país deve ter novo recorde de 47,5 milhões de toneladas no ano que vem, 1 milhão acima do volume esmagado em 2021, mas que poderia crescer ainda mais, no caso de uma mistura maior. (Com Reuters)