A BSBios realizou uma atípica exportação de biodiesel do Brasil em outubro, na primeira venda externa do biocombustível produzido pela empresa desde 2013, à medida que o câmbio atual torna mais atrativos esses negócios, disse à Reuters o presidente da companhia hoje (3).
O embarque de pouco mais de 5 milhões de litros de biodiesel para a União Europeia também sinaliza como a empresa busca ampliar seu mercado na Europa, afirmou Erasmo Carlos Battistela, ressaltando que a companhia estabeleceu uma unidade na Suíça para viabilizar mais acordos.
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A empresa oferece a logística da origem ao destino final, incluindo afretamento do navio, vendendo CIF (sigla do inglês para custo, seguro e frete).
“Teve o câmbio, quando o câmbio aumenta, ajuda a melhorar a competitividade brasileira”, disse Battistela, lembrando que a companhia com unidades no Rio Grande do Sul e Paraná normalmente foca o mercado interno, assim como grande parte do setor.
De acordo com dados do governo passados pela BSBios, a exportação da companhia realizada em outubro já se configura como o maior volume de biodiesel exportado pelo país desde 2015.
Ele disse que uma redução na mistura de biodiesel no diesel, implementada pelo governo para o último bimestre do ano em meio a preços altos, não foi fator determinante para viabilizar a venda externa.
Falando por telefone diretamente de Glasgow (Escócia), onde foi apresentar na conferência climática COP26 a importância dos biocombustíveis para a descarbonização, Battistela ressaltou que há interesse da empresa de ter exportações de biodiesel mais frequentes.
“Um dos objetivos de estarmos na COP é mostrar que o Brasil tem capacidade de produzir produto de qualidade e exportar, que o Brasil tem a capacidade de certificação, um dos pontos fundamentais são as certificações ambientais”, comentou.
Em alguns países da Ásia, como Malásia, a produção de biodiesel é muitas vezes associada ao desmatamento.
O biodiesel exportado pela BSBios teve certificado da ISCC (International Sustainability and Carbon Certification).
BIOCOMBUSTÍVEIS AVANÇADOS
O grupo empresarial de Battistela também está envolvido em um projeto de produção de biocombustíveis avançados, como diesel e querosene de aviação verdes, em unidade com previsão de entrar em operação no Paraguai em 2025, um ano após o estimado inicialmente, devido ao impacto da pandemia nas obras.
Além disso, ele afirmou que a empresa optou por uma área maior para o empreendimento, para futuras expansões, o que resultou em um novo processo de licenciamento ambiental, que já está concluído.
O grupo já fechou contratos antecipadamente com Shell e BP para fornecimento de biocombustíveis avançados, garantindo grande parte da demanda da biorrefinaria chamada Omega Green.
“Estamos recebendo interesse… clientes finais como grandes companhias aéreas estão muito interessados”, afirmou.
Após participar do evento da COP, ele afirmou que o Brasil deverá “sair melhor do que entrou” na conferência, após apresentar as oportunidades que a economia verde encontra no país. (Com Reuters)