Diante das secas e enchentes que afetaram produtores rurais de diversas regiões do Brasil, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) encaminhou ao governo federal pedidos de medidas emergenciais e auxiliares, segundo comunicado divulgado nesta ontem (28).
Dois pedidos foram encaminhados ao governo, sendo um deles à ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A CNA solicita ações de caráter urgente nas regiões afetadas pela seca, como Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e nas áreas prejudicadas pelas chuvas intensas, como Bahia e Minas Gerais, com o objetivo de permitir que os agricultores continuem suas atividades.
“As perdas nas lavouras de milho e soja são significativas nas regiões Sul e de Mato Grosso do Sul e em alguns municípios da região Sudeste, o que impede os produtores de honrarem seus compromissos financeiros na safra 2021/2022″, afirmou o presidente da CNA no ofício.
Segundo a entidade, há casos em que produtores tomaram financiamentos, compraram insumos e não puderam semear, ou então semearam fora da janela de plantio indicada pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), em função do déficit hídrico.
Diante disso, a CNA sugeriu medidas emergenciais, como a prorrogação de parcelas de crédito de investimento vencidas e a retirada de taxas cobradas das instituições financeiras sobre o valor dos financiamentos e implementação, além de ações estruturantes para o setor agropecuário.
Um segundo pedido foi direcionado aos ministros da Economia, Casa Civil e Desenvolvimento Regional, no qual a CNA sugere uma linha de crédito especial com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).
A proposta é que sejam estabelecidas condições diferenciadas de renegociação de operações de produtores impactados pelas intempéries climáticas, com prazos de carência e suspensão temporária de pagamentos de financiamentos contratados.
“Para a linha de crédito, a entidade propõe uma taxa de 2,5% ao ano e que a taxa de juros suba de forma escalonada, de acordo com o porte do produtor, chegando a 5% ao ano para os maiores”, disse a entidade em nota.
As produções de grãos no Brasil foram fortemente impactadas por adversidades climáticas, com cortes de safras de soja em Estados do Sul e outras regiões produtoras, como Tocantins, sofrendo com enchentes.